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China pressiona, e Kim recua. De novo

O recuo mostra que, apesar das furiosas bravatas de Donald Trump, a estratégia mais eficaz para segurar Kim Jong-un passa pela diplomacia com os chineses

Dandong: cidade chinesa que fica na fronteira da China com Coreia do Norte é símbolo da relação entre os dois países (Kevin Frayer/Getty Images)

Dandong: cidade chinesa que fica na fronteira da China com Coreia do Norte é símbolo da relação entre os dois países (Kevin Frayer/Getty Images)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 06h30.

Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 07h54.

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, anunciou nesta terça-feira que adiou os planos de testes de mísseis próximos à ilha americana de Guam, no Pacífico. O adiamento é decorrência do aumento da pressão chinesa. Horas antes, a China havia suspendido importações de carvão, ferro, chumbo, minério e pescado, alguns dos principais produtos de exportação do país. A agência de notícias norte-coreana aproveitou para defender que os Estados Unidos “tomem uma decisão apropriada primeiro” para desarmar as tensões “após introduzir um enorme equipamento estratégico nuclear nas proximidades da península”. Estados Unidos e Coreia do Sul têm um treinamento militar agendado para semana que vem.

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O recuo mostra que, apesar das furiosas bravatas do presidente americano, Donald Trump, a estratégia mais eficaz para segurar Kim Jong-un passa pela diplomacia com os chineses. As sanções previstas para esta terça-feira foram acertadas com o Conselho de Segurança da ONU. A China é, de longe, o principal parceiro comercial dos norte-coreanos, e o impacto econômico da medida deveria ficar em torno de 1,2 bilhão de dólares.

A China é compradora de 83% dos produtos exportados pela Coreia do Norte, numa comercialização que chega a mais de 2 bilhões de dólares por ano. Com as sanções, os chineses deixariam de comprar os seguintes itens: carvão, que corresponde a 40% do total importado do país, somando cerca de 930 milhões de dólares; produtos de mineração, como ferro e chumbo, que totalizam mais de 190 milhões de dólares; e frutos do mar, cuja venda para a China gera mais de 100 milhões de dólares por ano aos norte-coreanos.

Após 13 anos, Wu Dawei deixou o cargo de negociador e deu lugar ao diplomata Kong Xuanyou, por não ter conseguido avançar nas negociações para convencer a Coreia do Norte a abandonar o programa nuclear e de mísseis. O novo negociador tem ascendência coreana, é ministro assistente de Assuntos Exteriores e fala japonês. O Japão é, junto com China e Coreia do Sul, o país mais próximo dos mísseis da Kim Jong-un.

Resta saber, agora, se Seul e Washington manterão os exercícios militares. Kim recuou como sempre o fez. Trump fará o mesmo?

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