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Após polêmica com imigrantes, ministra do Interior do Reino Unido renuncia

Amber Rudd se envolveu em um escândalo quando residentes permanentes de origem caribenha que foram erroneamente tratados como imigrantes ilegais

Rudd: o escândalo provocou críticas às duras políticas de imigração do governo conservador (Hannah Mckay/Reuters)

Rudd: o escândalo provocou críticas às duras políticas de imigração do governo conservador (Hannah Mckay/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de abril de 2018 às 06h32.

A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, renunciou ao cargo neste domingo, em meio a uma polêmica envolvendo residentes permanentes de origem caribenha que foram erroneamente tratados como imigrantes ilegais.

O gabinete da primeira-ministra Theresa May aceitou a renúncia de Rudd. O escândalo vem dominando as manchetes no país nos últimos dias e provocou críticas às duras políticas de imigração do governo conservador.

As críticas se intensificaram depois que o jornal The Guardian informou que algumas pessoas que vieram do Caribe para o Reino Unido nas décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial tiveram seu direito a cuidados médicos negado recentemente ou foram ameaçadas de deportação porque não podiam apresentar documentos comprovando seu direito de residir no país.

As pessoas afetadas pertencem à geração Windrush, chamada assim em homenagem ao navio Empire Windrush, que em 1948 trouxe centenas de imigrantes caribenhos ao Reino Unido.

Na época, o país buscava enfermeiras, ferroviários e outros trabalhadores para ajudar na reconstrução após a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial.

Estes e outros imigrantes caribenhos que chegaram depois ao país vieram de colônias ou ex-colônias britânicas e tinham o direito automático de se estabelecer no Reino Unido. Mas alguns foram prejudicados por regras introduzidas em 2012 e que foram criadas para tornar a Grã-Bretanha um "ambiente hostil" para imigrantes ilegais.

Alguns desses residentes legais tiveram negado o acesso a moradia, emprego ou tratamento médico porque as novas regras exigem que proprietários de imóveis, empregadores e médicos verifiquem o status de imigração das pessoas. Outros foram avisados pelo governo de que estão no país ilegalmente e devem sair.

"O que aconteceu com a geração Windrush não é uma anomalia. Não é por causa de um erro administrativo. É uma consequência do ambiente hostil criado por esse governo (conservador)", disse o prefeito de Londres, Sadiq Khan.

Nas últimas semanas, Rudd e May pediram desculpas várias vezes à geração Windrush, dizendo que as pessoas afetadas receberão indenização.

A situação de Rudd piorou depois que ela disse a legisladores na semana passada que o governo não tinha metas de deportação. Logo depois, no entanto, foi revelada a existência de um memorando de 2017 que trazia metas específicas para "remoções forçadas".

Rudd disse que não tinha visto o memorando, mas o The Guardian publicou depois uma carta que ela tinha escrito para a primeira-ministra discutindo uma meta de aumentar as deportações em 10%. Fonte: Associated Press.

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