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Após massacre, parlamentares dos EUA discutem armas

Um membro da Associação Nacional do Rifle defendeu diálogo entre o Congresso e as fabricantes de armas para coibir circulação de rifles

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 18h59.

Washington - Um crescente número de parlamentares dos Estados Unidos, inclusive um influente senador pró-armas, saiu nesta segunda-feira em defesa de restrições a armas de assalto, como a que foi usada no massacre da semana passada em uma escola de Connecticut.

Num possível sinal de mudança das atitudes com relação ao controle armamentista, o senador conservador Joe Manchin, um democrata sempre elogiado pela indústria armamentista, disse que o Congresso e as empresas do setor deveriam se unir numa "abordagem sensível e razoável" para coibir a circulação de rifles como o que foi usado na sexta-feira na morte de 20 crianças e seis adultos na escola primária Sandy Hook, na cidade de Newtown.

Caçador e membro da Associação Nacional do Rifle (ANR), Manchin disse que a disponibilidade de armas de alto poder de fogo não faz sentido e defendeu que a entidade pró-armas coopere numa reforma das leis sobre esse tema.

As armas de assalto passaram dez anos banidas no país, até 2004, quando a medida expirou.

"Precisamos nos sentar. Peço a todos os meus amigos da ANR, e sou um membro orgulhoso da ANR, e sempre fui, que precisamos nos sentar e avançar esse diálogo para uma abordagem sensível e razoável para consertá-la", disse ele ao canal MSNBC.


"Nunca antes vimos nossos bebês serem abatidos. Isso nunca aconteceu antes na América, que eu possa me lembrar, jamais vimos esse tipo de carnificina", disse Manchin, que já chegou a aparecer em uma propaganda eleitoral disparando um rifle contra uma lei ambiental.

A ANR, que dá sua nota máxima a Manchin e o apoiou nas suas duas candidaturas ao Senado, usou sua influência para impedir limitações às vendas de armas e também conseguiu abrandar as restrições à circulação de armas de combate de alto poder de fogo destinadas ao uso militar.

Os parlamentares republicanos, que tradicionalmente defendem a liberdade de portar armas, pouco se pronunciaram desde o massacre. Durante o fim de semana, houve relatos de um aumento nas vendas de armas por parte de compradores preocupados com a adoção de restrições.

O apresentador de TV David Gregory disse no domingo que seu programa convidou todos os 31 senadores "pró-armas", mas que todos rejeitaram o convite.

Líderes parlamentares republicanos não responderam nesta segunda-feira a pedidos para comentar o assunto.

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