Carro submerso em Wilmington, na Carolina do Norte, após passagem do furacão Florence (Jonathan Drake/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de setembro de 2018 às 10h00.
Última atualização em 16 de setembro de 2018 às 10h20.
A tempestade Florence, que fez ao menos 13 mortos na costa atlântica dos Estados Unidos, foi rebaixada para uma depressão tropical na manhã deste domingo (16), mas as autoridades alertaram que a devastação provocada está longe de terminar.
De acordo com a imprensa americana, o balanço provisório é de 13 vítimas fatais: 10 mortes na Carolina do Norte e outras três na Carolina do Sul, incluindo uma mulher de 61 anos que faleceu na sexta-feira quando seu carro colidiu com uma árvore caída na estrada.
As rajadas de vento e chuvas torrenciais causaram danos significativos. Muitas estradas permanecem bloqueadas por árvores e postes de energia que foram derrubados, ou ainda pelas enchentes.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) rebaixou neste domingo Florence a uma depressão tropical, enfatizando que "inundações súbitas e grandes cheias dos rios continuarão afetando uma parte significativa das Carolinas".
Às 05h00 (06h00 de Brasília), os ventos sopravam a 56 km/h, indicou o NHC. As autoridades tentam evacuar a água e ajudar os habitantes bloqueados em suas casas.
Nos arredores da cidade de Hampstead, na costa da Carolina do Norte, os moradores tentavam voltar para casa para verificar os estragos, apesar das estradas inundadas, segundo um jornalista da AFP.
Mas o governador da Carolina do Norte, o estado mais atingido, alertou para o risco desse tipo de comportamento.
"Todas as estradas do estado podem estar inundadas", avisou Roy Cooper. Apesar do fim da ordem de evacuação na costa, "vocês não estarão seguros indo para lá", advertiu a seus eleitores.
Ele havia mencionado anteriormente uma "quantidade monumental de chuva".
Florence "vai provocar inundações catastróficas em zonas da Carolina do Norte e da Carolina do Sul durante algum tempo", alertou Steve Goldstein, funcionário da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), "por causa do caráter lento, quase parando" da tempestade.
Parte da cidade de New Bern, com cerca de 30 mil habitantes, está submersa desde sexta-feira. A cidade turística está localizada na confluência dos rios Neuse e Trent e perto de um estuário.
Um professor aposentado, Charles Rucker, acabara de comprar sua casa, onde passara apenas cinco noites quando a tempestade chegou, elevando subitamente o nível da água em três metros.
"Era como um trem de alta velocidade atravessando a sala. Eu nunca tinha visto nada parecido, senti muito medo", disse ele à AFP, referindo-se ao aumento repentino da água.
As ruas inundadas estão cobertas com uma película de óleo de motor, constatou um repórter da AFP.
Algumas casas tiveram todas as portas abertas pelas rajadas de vento. Várias estátuas de ursos, o animal favorito de New Bern, flutuam, apesar de seu peso, pelas ruas, onde a água chega até a coxa.
Mais de 400 pessoas foram resgatadas e 4.200 casas foram danificadas, informou no sábado o prefeito da cidade, Dana Outlaw.
"A prioridade é bombear a água que está na cidade", mas "ainda não é a hora de voltar para casa", declarou à CNN para os 1.200 moradores em abrigos.
Mais de 800.000 residências estão sem eletricidade na Carolina do Norte, de acordo com os Serviços de Gerenciamento de Emergência.
Por sua vez, a Agência Federal de Parques Nacionais comemorou no Twitter que os 16 pôneis selvagens da colônia de Ocracoke, que vivem em uma ilha ao largo da costa, estavam bem.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que expressou simpatia pelas famílias das vítimas, deve visitar as áreas afetadas no início da próxima semana ou no meio da semana, "uma vez que sua visita não prejudique os esforços de resgate".
O olho do furacão Florence atingiu a Carolina do Norte na manhã de sexta-feira, com ventos de até 150 km/h.