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Após explosão de bombas, polícia busca agressor em série no Texas

As autoridades vincularam o ataque de hoje a outros quatro ocorridos na cidade nas últimas semanas

A polícia ainda desconhece o motivo dos ataques (Sergio Flores/Reuters)

A polícia ainda desconhece o motivo dos ataques (Sergio Flores/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de março de 2018 às 11h03.

A Polícia americana continua nesta terça-feira (20) a busca de um "agressor em série" na capital do Texas, Austin, depois da explosão de cinco bombas improvisadas este mês, que deixaram dois jovens gravemente feridos, avivando os temores na população.

Depois de um recente ataque no domingo, um quinto pacote explodiu na madrugada desta terça em um centro de distribuição da FedEx, segundo a imprensa local. Desta vez, a explosão sacudiu a unidade, que fica em Schertz, no subúrbio de San Antonio.

Em uma declaração postada nas redes sociais, o Departamento de Polícia de Schertz disse que uma pessoa ficou ferida e recebeu atendimento médico no local.

 

"Podemos confirmar que um pacote explodiu em uma dependência do FedEx nesta madrugada", afirmou a distribuidora.

"Um membro do nosso pessoal é tratado por ferimentos menores. Colaboramos estreitamente com as autoridades em sua investigação", completou a empresa.

Citando o FBI (a Polícia Federal americana), o jornal "The Washington Post" relatou que o pacote estava destinado a Austin.

As autoridades vincularam o ataque de domingo, com maior "nível de sofisticação", a outros três ocorridos em Austin nas últimas semanas. Neles, duas pessoas morreram, e quatro ficaram feridas.

"Claramente, estamos lidando com o que, por agora, acreditamos que seja um agressor em série", disse em entrevista coletiva o chefe de Polícia de Austin, Brian Manley, na segunda-feira à noite.

A primeira bomba explodiu em uma sexta-feira, 2 de março, e as outras duas, na última segunda, dia 12. Os artefatos explosivos foram fabricados com componentes disponíveis em lojas de ferragens.

O motivo dos ataques ainda não foi estabelecido.

"Isso é terrorismo? Está ligado a (crimes de) ódio?", questionou Manley.

"Como dissemos desde o início, não estávamos dispostos a classificar isso como terrorismo, como (crimes de) ódio, porque simplesmente não sabemos o suficiente", admitiu.

Dois homens negros de 39 e 17 anos morreram na explosão de pacotes-bomba que foram deixados na porta de suas casas. Uma senhora de 75 anos, de origem hispânica, ficou ferida na terceira deflagração. Daí levantou-se a hipótese de que os crimes tivessem motivação racial.

Já o ataque de domingo feriu dois homens brancos de 22 e 23 anos, enquanto caminhavam em um tranquilo bairro residencial do sudoeste de Austin.

Aleatória e mais sofisticada

Segundo a Polícia, a explosão parece ter sido "aleatória" e ativada por um detonador, uma diferença "significativa" em relação aos três ataques anteriores, nos quais as bombas chegaram pelos Correios.

É "muito possível" que tenha sido "ativado por alguém que manipulou, bateu, ou entrou em contato com um detonador que ativou o dispositivo", disse Manley.

"Definitivamente, vemos uma mudança no método", acrescentou, destacando que isso mostra um agressor com "um maior nível de sofisticação, um maior nível de habilidade" do que se acreditava inicialmente.

O agente especial do FBI Christopher Combs concordou: este detonador "muda as coisas. (...) É mais sofisticado".

"Estamos muito preocupados que uma criança possa estar andando na rua e toque em algo assim", acrescentou.

A explosão de domingo aconteceu horas depois de uma mensagem das autoridades, pela televisão, direto para o autor dos ataques: "Queremos compreender o que o levou a fazer isso e queremos ouvi-lo".

Manley pediu à população que denuncie qualquer um que considere suspeito.

"Precisamos de qualquer pista, de qualquer informação, por mais sem sentido que possa parecer", afirmou.

A recompensa oferecida por qualquer dado que leve a alguma detenção subiu para US$ 115 mil.

Ataques terroristas

Três congressistas democratas pediram que as explosões sejam consideradas "ataques terroristas" e "investigadas como tais".

Além disso, os representantes Bennie Thompson, Cedric Richmond e Sheila Jackson Lee querem que se determine se os atentados "têm uma motivação ideológica, ou racial".

"A comunidade afetada está agora sob virtual detenção domiciliar e se supõe que toda a cidade se encontra em estado de temor, o que pode se converter facilmente em pânico", alegaram.

Uma força especial composta por centenas de policiais trabalha nesse caso, com o apoio de especialistas do FBI e do Escritório de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF, na sigla em inglês).

Deter o agressor "é a máxima prioridade", disse o prefeito de Austin, Steve Adler, em entrevista à rede ABC, acrescentando que "um Exército de agentes federais" participa das operações de busca.

"Vamos averiguar quem é o responsável por isso e vamos prendê-lo", prometeu.

 

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