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Após duas mortes, cidade da Nigéria declara toque de recolher

Greve pela alta de preços da gasolina deixa pelo menos dois mortos e 30 feridos em Kano

Manifestantes tentaram invadir a sede do governo em Kano, principal cidade do norte da Nigéria (Wikimedia Commons)

Manifestantes tentaram invadir a sede do governo em Kano, principal cidade do norte da Nigéria (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 17h19.

Lagos - O governo provincial de Kano (norte da Nigéria) declarou toque de recolher nesta segunda-feira após distúrbios registrados em dia de greve pela alta de preços da gasolina, que deixaram pelo menos dois mortos e 30 feridos na capital do Estado.

A medida foi anunciada pelo comissário de Informação do governo de Kano, Alhaji Umar Farouk Jubril. Os distúrbios aconteceram quando os manifestantes tentaram invadir a sede do governo em Kano, principal cidade do norte da Nigéria.

Segundo informações da televisão privada nigeriana 'Channels TV', a violência dos piquetes levou a polícia a disparar balas de borracha e utilizar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Uma criança de 15 anos morreu como resultado de supostos disparos feitos pelas forças de segurança durante o enfrentamento, e outro menor morreu, aparentemente, ao ser esmagado pelos manifestantes em Kano, disse a emissora.

Um correspondente do canal, que informou ao vivo do lugar, afirmou que o número de mortos pelos distúrbios poderia aumentar. A Cruz Vermelha informou que 30 pessoas ficaram feridas durante os enfrentamentos, 18 delas por disparos.

À margem dos fatos, os dois principais sindicatos nigerianos e convocadores da greve, o Congresso de Sindicatos (TUC) e o Congresso do Trabalho da Nigéria (NLC), disseram que a greve está sendo um êxito, pois o país, segundo eles, está praticamente paralisado.

O TUC e o NLC convocaram a greve depois que o governo anunciou no início do mês a retirada de um subsídio ao combustível. Como consequência da medida, o preço da gasolina disparou de US$ 0,40 a US$ 1,30 dólares o litro, e aumentou o custo da grande maioria de produtos e serviços, especialmente do transporte.

O governo afirmou nesta segunda-feira que respeita o direito dos nigerianos a manifestar sua reprovação, mas insistiu na necessidade de retirar o subsídio da gasolina, que faz parte de um pacote de medidas de ajuste econômico.

Em discurso televisado à nação no sábado, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, tentou explicar essa decisão e pediu compreensão aos cidadãos perante as medidas, que incluem a redução de 25% no salário base dos funcionários e cortes nas despesas estatais. 

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