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Após descoberta de menina, China nega acusações de trabalhos forçados

Polêmica começou quando menina encontrou pedido de ajuda de trabalhadores chineses em cartão de Natal que havia comprado no Reino Unido

China: autoridades locais afirmaram que na prisão de Qingpu não há prisioneiros estrangeiros fazendo trabalhos forçados (Getty/Getty Images)

China: autoridades locais afirmaram que na prisão de Qingpu não há prisioneiros estrangeiros fazendo trabalhos forçados (Getty/Getty Images)

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AFP

Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 07h28.

O governo chinês negou nesta segunda-feira (23) que presos façam trabalhos forçados, depois que um jornal britânico publicou que uma menina encontrou dentro de um cartão de Natal produzido na China um pedido de socorro de uma pessoa detida em Xangai.

A rede de supermercados britânicos Tesco anunciou no fim de semana a interrupção da produção dos cartões em uma fábrica na China e a abertura de uma investigação depois que uma menina de seis anos encontrou a mensagem com o pedido de ajuda em um dos postais, de acordo com o jornal The Sunday Times.

Pequim negou o fato e afirmou que é uma "invenção".

"Posso afirmar de maneira responsável que, depois de procurar informações nos departamentos correspondentes, a penitenciária de Qingpu em Xangai não tem presos estrangeiros que façam trabalhos forçados", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.

Geng também criticou o jornalista Peter Humphrey, autor do texto, que ficou detido neste presídio de Xangai até 2015 sob a acusação de violar as leis chinesas sobre a vida privada quando morava no país. O porta-voz da diplomacia de Pequim afirmou que o britânico "inventou a história para exagerar".

 

O bilhete encontrado no cartão pedia a quem o encontrasse que procurasse Humphrey e o pai da menina fez isto. O jornalista transcreveu a nota no Sunday Times.

"Somos prisioneiros estrangeiros no presídio de Qingpu de Xangai, na China", afirmava a mensagem, escrita em inglês em um cartão ilustrado com um gato com um gorro de Papai Noel. "Forçados a trabalhar contra nossa vontade. Por favor nos ajudem e avisem [alguma] organização de direitos humanos".

A Tesco destina o dinheiro arrecadado com a venda destes cartões para instituições de caridade. A porta-voz da rede de supermercados explicou que a fábrica chinesa passou por um controle em novembro e não foi encontrado nenhum elemento que sugerisse a realização de trabalhos forçados.

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