Mundo

Após derrota em Mosul, EI recua para definir novas estratégias

Há alguns meses, um fluxo crescente de comandantes e guerrilheiros estão saindo da cidade em direção às montanhas Hamrin no nordeste do Iraque

EI: o que vem em seguida pode ser um desafio mais complexo e assustador para as forças de segurança iraquianas (Muhammad Hamed/Reuters)

EI: o que vem em seguida pode ser um desafio mais complexo e assustador para as forças de segurança iraquianas (Muhammad Hamed/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 20 de julho de 2017 às 11h20.

Mosul - Os militantes do Estado Islâmico começaram a se reinventar meses antes de as forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos acabarem com seu reinado de terror de três anos em Mosul, deixando de lado o sonho de um califado e preparando o terreno para uma luta diferente.

Serviços de inteligência e autoridades locais disseram que, há alguns meses, notaram um fluxo crescente de comandantes e guerrilheiros saindo da cidade em direção às montanhas Hamrin no nordeste do Iraque, que oferecem esconderijos e acesso a quatro províncias iraquianas.

Alguns foram interceptados, mas muitos escaparam das forças de segurança e começaram a criar bases para suas novas operações.

O que vem em seguida pode ser um desafio mais complexo e assustador para as forças de segurança iraquianas, após celebrarem uma vitória duramente conquistada em Mosul, a maior fortaleza dos militantes.

Autoridades de inteligência e segurança estão se preparando para o tipo de insurgência devastadora que a Al Qaeda travou após a invasão liderada pelos EUA em 2003, empurrando o Iraque para uma guerra civil sectária que atingiu o pico em 2006-2007.

"Eles estão se preparando. Eles têm fácil acesso à capital", disse Lahur Talabany, uma das principais autoridades curdas de combate ao terrorismo, à Reuters. Como parte da coalizão liderada pelos EUA, ele está na liderança dos esforços para eliminar o Estado Islâmico.

"Eu acredito que teremos dias difíceis", acrescentou.

Alguns combatentes do Estado Islâmico iraquiano têm raízes que remontam à campanha de ataques suicidas da Al Qaeda, com dezenas de explosões por dia, que promoveu um banho de sangue sectário no Iraque, um importante produtor de petróleo e um aliado-chave dos norte-americanos no Oriente Médio.

Quando uma iniciativa financiada pelos EUA esmagou a Al Qaeda, o núcleo duro reagrupou-se no deserto entre o Iraque e a Síria. Eles reapareceram com uma nova marca jihadista que surpreendeu o mundo islâmico.

Pouco depois de seu assalto a Mosul, o grupo superou a brutalidade da Al Qaeda, levando a cabo decapitações e execuções em massa, ao impor sua ideologia radical. Diferentemente da Al Qaeda, tomou o controle de um terço do território iraquiano, ganhando conhecimento de terras, o que poderá ser útil em sua contraofensiva às forças de segurança iraquianas.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoGuerrasIraque

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido