Orlando Silva mostra documento (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2011 às 22h06.
Brasília - A situação política do ministro do Esporte, Orlando Silva, se agravou após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira de abrir um inquérito para investigar possíveis desvios de recursos do programa Segundo Tempo, gerido pela pasta, segundo avaliação de fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela Reuters.
Essa avaliação foi compartilhada na conversa que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, teve com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, nesta terça-feira.
A conversa serviu para análise da evolução do quadro político e da relação do governo com o PCdoB, segundo uma fonte próxima ao ministro.
Segundo um auxiliar do Palácio do Planalto, ter um ministro na condição de investigado pelo STF não agrada a presidente Dilma Rousseff.
Essa fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que o governo não esperava que a ministra Carmen Lúcia fosse tão célere ao analisar o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O pedido de Gurgel foi encaminhado na última sexta-feira à Suprema Corte, e nesta terça a ministra pediu informações ao Tribunal de Contas da União, à Controladoria-Geral da União e ao Ministério do Esporte sobre os procedimentos administrativos já abertos para apurar possíveis desvios de recursos públicos nos convênios do programa Segundo Tempo.
A ministra só não autorizou o procurador-geral a colher depoimentos de Silva, do governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e dos envolvidos nas recentes denúncias de desvios veiculadas pela mídia.
Ela prefere analisar um outro inquérito que está em poder do Superior Tribunal de Justiça sobre supostos desvios do programa Segundo Tempo enquanto Agnelo era ministro.