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Após críticas, Trump reconhece que houve interferência russa em eleições

Presidente disse que tem confiança nas agências de inteligência dos EUA e que governo trabalhará para proteger eleições parlamentares de novembro

Donald Trump: presidente disse que as ações russas não tiveram impacto sobre o resultado da votação (Reinhard Krause/Reuters)

Donald Trump: presidente disse que as ações russas não tiveram impacto sobre o resultado da votação (Reinhard Krause/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de julho de 2018 às 16h18.

Última atualização em 17 de julho de 2018 às 18h33.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou acalmar uma turbulência por conta de sua negativa em culpar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por envolvimento na eleição presidencial norte-americana de 2016, dizendo que se expressou mal em uma entrevista coletiva em Helsinque na segunda-feira.

Trump chocou o mundo ao evitar criticar o líder russo pelas ações de Moscou na eleição e levantou dúvidas sobre as agências da inteligência dos EUA, gerando pedidos de alguns parlamentares norte-americanos por sanções mais duras e outras ações para punir a Rússia.

"Eu falei a palavra 'seria' ao invés de 'não seria'", disse Trump a repórteres na Casa Branca, mais de 24 horas após sua aparição com Putin. "A frase deveria ter sido 'eu não vejo qualquer razão pela qual não seria a Rússia'".

Trump, que teve diversas oportunidades para criticar Putin publicamente em Helsinque, elogiou o líder russo durante a entrevista coletiva por sua "forte e poderosa" rejeição às conclusões de agências da inteligência dos EUA de que o Estado russo interferiu na eleição.

Ao lado de Putin em Helsinque, Trump disse aos repórteres que não estava convencido da culpa de Moscou. "Eu não vejo nenhuma razão de que seria isso", disse Trump

Embora tenha enfrentado pressão de críticos, países aliados e até mesmo de sua própria equipe para adotar uma postura dura, Trump não disse uma única palavra depreciativa em público sobre Moscou ou sobre quaisquer questões que levaram relações entre as duas potências nucleares para o ponto mais baixo desde a Guerra Fria.

Republicanos e democratas o acusaram de ficar ao lado de um adversário em vez de seu próprio país.

Trump disse nesta terça-feira que possui completa confiança nas agências de inteligência dos EUA e que aceita suas conclusões, embora tenha insistido que as ações da Rússia não tiveram impactos no resultado da eleição.

A tempestade política por conta de sua performance na entrevista coletiva em Helsinque tomou conta do governo e se espalhou para seus colegas republicanos, ofuscando a maior parte das frequentes controvérsias que surgiram durante os turbulentos 18 meses de Trump no cargo.

O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, disse a repórteres que a Rússia não é uma amiga dos Estados Unidos e alertou contra uma repetição do envolvimento na eleição parlamentar de novembro.

"Há muitos de nós que entendem totalmente o que aconteceu em 2016 e é melhor isto não acontecer novamente em 2018", disse McConnell.

Alguns parlamentares disseram que irão buscar soluções contra a Rússia no Congresso.

Diversos senadores de ambos os partidos apoiaram sanções mais duras sobre a Rússia, mas é incerto se líderes congressionais republicanos irão apoiar tal medida e quais novas sanções podem ser adotadas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, que chamou o governo da Rússia de "ameaçador", disse que irá considerar sanções adicionais contra a Rússia e reiterou seu apoio às descobertas da inteligência dos EUA de que a Rússia interferiu na eleição de 2016.

O Congresso aprovou por maioria esmagadora no ano passado sanções mirando Moscou por envolvimento na eleição e por suas ações na Ucrânia e na Síria. Em abril, isto fez com que o Tesouro dos EUA impusesse grandes sanções sobre autoridades e oligarcas russos, em uma das ações mais agressivas de Washington para punir Moscou.

Outros parlamentares sugeriram aprovar resoluções expressando apoio às agências da inteligência, ou gastar mais para elevar segurança eleitoral e impedir ataques cibernéticos.

O senador republicano Bob Corker, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse que líderes congressionais estão buscando a resposta mais eficaz.

"Nós estamos tentando determinar qual será uma maneira apropriada de revidar", declarou Corker a repórteres. "Vocês sabem que o presidente pode fazer mais danos em 15 minutos em uma entrevista coletiva do que nós podemos desfazer em seis meses ao aprovar resoluções."

Corker disse que "o primeiro passo" será ouvir o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que irá prestar depoimento perante o Congresso sobre a Rússia na semana que vem.

"Nós não queremos fazer uma coisa ao estilo 'preparar, atirar, mirar'. Nós queremos pensar no que vamos fazer, para que isto beneficie nosso país", afirmou Corker.

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