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Após conversa com Trump, Putin lança 'maior ataque aéreo' contra a Ucrânia desde o início da guerra

Militares ucranianos afirmam que os russos lançaram 539 drones e 11 mísseis e que parte deles foi interceptado; 23 pessoas ficaram feridas

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2025 às 10h43.

A Rússia lançou seu maior ataque aéreo contra a Ucrânia durante a noite desde o início da guerra, informaram autoridades ucranianas nesta sexta-feira, 4, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que uma conversa telefônica com seu homólogo russo terminou sem progresso.

Trump afirmou na quinta-feira que teve uma longa conversa com o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, e disse a repórteres que a conversa não teve "nenhum avanço". O Kremlin, por sua vez, afirmou que a conversa durou quase uma hora e que Putin insistiu que a Rússia "não desistirá de seus objetivos" na Ucrânia.

Jornalistas da AFP em Kiev relataram o som de drones se aproximando da capital ucraniana e o estrondo de explosões repelidas por sistemas de defesa aérea.

Um porta-voz da Força Aérea Ucraniana afirmou que este bombardeio foi o "maior ataque aéreo" contra a Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

539 drones e 11 mísseis

O presidente ucraniano, Volodomir Zelensky, afirmou que alertas de ataque aéreo começaram a soar em todo o país quando a conversa telefônica entre os líderes foi anunciada.

"Mais uma vez, a Rússia demonstra que não tem intenção de pôr fim à guerra e ao terror", declarou Zelensky.

Para Zelensky, isso é prova de que "sem pressão em larga escala, a Rússia não mudará seu comportamento estúpido e destrutivo".

Zelensky relatou que 23 pessoas ficaram feridas na enxurrada de bombardeios, e os militares afirmaram que a Rússia lançou 539 drones e 11 mísseis. Desse total, 268 drones e dois mísseis foram abatidos.

Os ataques noturnos da Rússia se intensificaram nas últimas semanas. De acordo com uma contagem da AFP, Moscou lançou um número recorde de drones e mísseis contra a Ucrânia em junho, coincidindo com o impasse nas negociações diretas de paz entre Kiev e Moscou.

"Putin está claramente demonstrando seu absoluto desrespeito pelos Estados Unidos e por qualquer um que peça o fim da guerra", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga.

Recorde de mísseis e recuo dos EUA
Em Kiev, dezenas de pessoas se refugiaram em estações de metrô.

"Passamos todas as noites aqui, conhecemos os funcionários e as pessoas que vêm", disse Yulia Golovnina, uma mulher de 47 anos.

Este aumento nos ataques levanta preocupações depois que os Estados Unidos anunciaram esta semana que suspenderão o envio de certas armas para a Ucrânia, apoio considerado crucial para Kiev repelir os bombardeios.

O tom de Trump após a ligação com Putin foi excepcionalmente sombrio. Em suas cinco conversas anteriores com o presidente russo desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, Trump pareceu otimista e relatou progressos em direção a um acordo.

Na quinta-feira, no entanto, o presidente americano expressou frustração.

A Ucrânia também intensificou seus ataques com drones na Rússia, onde uma mulher morreu quando um deles caiu em um prédio de apartamentos, de acordo com o governador em exercício da região.

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