Agência de Notícias
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 10h32.
A China afirmou nesta quinta-feira, 13, que o diálogo é "a única saída" para a guerra na Ucrânia e celebrou as conversas realizadas ontem entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que concordaram em iniciar negociações imediatas para encerrar o conflito.
"A Rússia e os Estados Unidos são potências influentes e celebramos que fortaleçam o diálogo. Em relação à Ucrânia, o diálogo é a única saída para a crise. Desde o início, o presidente chinês Xi Jinping defendeu as negociações de paz", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa.
O porta-voz acrescentou que a China "continuará a fazer esforços" pela paz e desempenhará "um papel construtivo" para pôr fim ao conflito europeu.
Além disso, reiterou que a China apoia "todos os esforços que levem à paz" e enfatizou que o país asiático espera "manter a comunicação com todas as partes" para esse fim.
A possibilidade de que Rússia e Ucrânia iniciem negociações de paz pela primeira vez em quase três anos de guerra se multiplicou após o telefonema entre Trump e Putin, ao que se somou em seguida a conversa do americano com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma postura ambígua, pedindo respeito à "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e atenção às "preocupações legítimas de todos os países", referindo-se à Rússia.
Pequim se opôs a sanções "unilaterais" contra Moscou e defendeu "uma desescalada e uma solução política". No entanto, o Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que sempre negou, e de fornecer a Putin os componentes essenciais de que precisa para produzir armas.
Os países europeus têm repetidamente pedido a Xi Jinping que use sua influência com Putin para acabar com o conflito, mas a China priorizou o fortalecimento de suas relações com a Rússia, da qual importa petróleo e gás a custos menores.
A China se limitou a apresentar iniciativas de paz que tiveram uma recepção morna no Ocidente, como o plano que apresentou no ano passado em conjunto com o Brasil, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kiev.