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Após começo lento, vacinação na Índia acelera depois de premiê ser imunizado

O endosso público com a imunização do primeiro-ministro Narendra Modi e a inclusão de novos grupos de idosos foram cruciais para o país, que tem 1,4 bilhão de habitantes

Premiê indiano Narendra Modi recebe vacina contra o coronavírus (India's Press Information Bureau/Handout/Reuters)

Premiê indiano Narendra Modi recebe vacina contra o coronavírus (India's Press Information Bureau/Handout/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 11 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 11 de março de 2021 às 10h43.

Após um começo lento, a campanha de vacinação contra a covid-19 da Índia - uma das maiores do mundo - quase quadruplicou depois que o país incluiu mais faixas etárias e o endosso público com a imunização do primeiro-ministro Narendra Modi.

Quase 21 milhões de doses foram administradas na Índia até agora, acima dos 5,8 milhões há um mês, de acordo com dados compilados até segunda-feira pela Bloomberg e pela Universidade Johns Hopkins. O número de doses por 100 pessoas também subiu de 0,44 para 1,58. Um recorde de 1,6 milhão de indianos recebeu a vacina contra a covid-19 no sábado, 6, mostram os dados.

Depois de uma resposta inicial morna - devido em parte à aprovação polêmica de uma vacina doméstica antes da conclusão dos ensaios clínicos -, a campanha de vacinação ganhou impulso quando Modi foi vacinado em 1º de março e pediu que seu exemplo fosse seguido.

A Índia também incluiu na campanha cidadãos acima de 60 anos e pessoas de 45 anos ou mais com comorbidades, seja gratuitamente em um centro estadual ou por uma taxa de até 250 rupias (US$ 3,40) em hospitais privados.

Algumas das maiores empresas que operam no país disseram que cobrirão os custos de vacinação de funcionários e familiares, como Accenture, Infosys e Reliance Industries, controlada por Mukesh Ambani, o homem mais rico da Ásia. “Com seu apoio, em breve seremos capazes de colocar esta pandemia para trás”, disse Nita Ambani, diretora da Reliance e esposa de Mukesh, em carta aos funcionários vista pela Bloomberg.

“Um grande número de pessoas tem comparecido”, disse Azad Moopen, presidente do conselho da Aster DM Healthcare, com sede em Dubai, que opera 13 hospitais privados na Índia. Mas ainda há uma “grande lacuna” a ser preenchida para que a Índia alcance suas metas de vacinação, afirmou em entrevista na sexta-feira.

Confiança

Além da vacina da AstraZeneca, a Índia também autorizou o uso da Covaxin, um imunizante desenvolvido pela indiana Bharat Biotech International, com sede em Hyderabad, que inicialmente causou hesitação entre profissionais de saúde e da linha de frente. A vacina foi aprovada no início de janeiro, antes de concluir os ensaios de estágio final em humanos.

No início deste mês, a Bharat Biotech anunciou que a Covaxin mostrou eficácia de 81% em pessoas sem infecção anterior após uma segunda dose. Modi também foi vacinado com a Covaxin, o que pode ter ajudado a aumentar a confiança.

A Índia precisará manter o ritmo para cumprir a meta de vacinar cerca de 25% da população até agosto. Isso nem sempre é fácil, como mostra a experiência de Hong Kong. Além disso, com o aumento da demanda, pode faltar vacina na Índia, a menos que os gargalos sejam aliviados rapidamente.

--Com a colaboração de Sanjai P R.


 

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