Juan Guaidó: Presidente autoproclamado viajou pela América do Sul em reuniões com líderes de países que o apoiam (Carlos Jasso/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2019 às 06h48.
Última atualização em 6 de março de 2019 às 07h11.
Após uma semana de viagem pela América do Sul para consolidar seu endosso internacional, o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, se dedica agora a costurar apoios internos. A partir desta quarta-feira a Assembleia Nacional, liderada pela oposição a Nicolás Maduro, inicia reuniões com trabalhadores do setor público para organizar uma série de paralisações. “Em cada ministério, instituto ou empresa do estado é preciso dizer já basta”, escreveu ontem Guaidó em sua conta no Twitter.
O líder da oposição se reuniu ontem com uma série de líderes sindicais para começar a organizar greves escalonadas em protesto a Maduro. Ele prometeu o fim da perseguição política e salários que permitam aos trabalhadores “viver de seu trabalho”. Também está sendo preparada uma lei para proteger quem for demitido.
Guaidó voltou à Venezuela na segunda-feira, sob um ambiente carregado, já que estava ameaçado de prisão por ter deixado o país. Foi recebido no aeroporto por embaixadores de 13 países, entre eles Brasil, Estados Unidos, Argentina e Espanha. Está organizando uma nova marcha para o próximo sábado, ampliando a pressão sobre Maduro. O presidente de facto, por sua vez, também convocou manifestações para a mesma data, num evento de chamou de “marcha anti-imperialista”, reforçando o discurso de que a oposição é liderada pelos Estados Unidos.
Maduro voltou a reivindicar como uma “vitória” a tentativa frustrada de Guaidó de fazer entrar doações de alimentos e remédios, alegando ser o pretexto de uma intervenção norte-americana. Condecorou vários oficiais da Força Armada que impediram a passagem dos carregamentos. O chavismo segue com apoio da Rússia, que afirmou ontem que apelará a todas as medidas cabíveis caso tentem impedir companhias russas de investir na venezuela. O país é dono de minas, campos de petróleo e de gás natural.
A pressão internacional contra ou a favor de Maduro deve continuar importante, mas especialistas afirmam que é na costura política interna, na vida real do venezuelanos, que queda de braço será definida.