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Após caso Khashoggi, ministros europeus cancelam visita a Riad

Enquanto a Turquia faz novas buscas no consulado saudita, os EUA preparam um relatório sobre o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi

Khashoggi: os ministros das Finanças da França e da Holanda cancelaram participação em uma cúpula de investimentos (Murad Sezer/Reuters)

Khashoggi: os ministros das Finanças da França e da Holanda cancelaram participação em uma cúpula de investimentos (Murad Sezer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de outubro de 2018 às 11h05.

Última atualização em 18 de outubro de 2018 às 11h12.

Istambul - A Turquia fez uma segunda busca no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na madrugada desta quinta-feira, como parte de um inquérito sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, e os ministros das Finanças da França e da Holanda cancelaram participação em uma cúpula de investimentos em Riad em meio a críticas globais ao reino.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar esperando um relatório completo sobre o que aconteceu com Khashoggi de seu secretário de Estado, Mike Pompeo, que se encontrou com líderes sauditas e turcos, e disse que não quer abandonar a aliada Arábia Saudita.

Autoridades turcas disseram acreditar que Khashoggi --que mora nos EUA e é colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro da coroa saudita, Mohammed bin Salman-- foi assassinado no consulado saudita de Istambul em 2 de outubro e que seu corpo foi removido.

A Arábia Saudita negou envolvimento no desaparecimento de Khashoggi. Trump especulou, sem oferecer indícios, que "assassinos particulares" podem ser responsáveis.

A maneira como aliados ocidentais lidarão com a Arábia Saudita dependerá do grau de responsabilidade que atribuem ao príncipe Mohammed e às autoridades sauditas pelo caso.

Trump, que estabeleceu laços mais estreitos com a Arábia Saudita e o príncipe de 33 anos na tentativa de conter a influência do Irã na região, não pareceu disposto a se distanciar muito de Riad. Ele citou as dezenas de bilhões de dólares de acordos de armas em potencial.

Outras nações ocidentais expressaram preocupação com o desaparecimento do jornalista, mas também enfrentam uma situação delicada devido a seus negócios com o maior exportador de petróleo do mundo.

O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse nesta quinta-feira que cancelou sua ida à conferência de investimento em Riad na próxima semana, afirmando à televisão que "as condições não são adequadas".

Seu homólogo holandês, Wopka Hoekstra, também descartou comparecer, disse a agência de notícias ANP, e o governo da Holanda cancelou uma missão comercial que iria à Arábia Saudita no mês que vem.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que seus planos de participação na conferência em Riad serão reavaliados nesta quinta-feira, depois que autoridades norte-americanas tiverem uma chance de consultar Pompeo. Os planos de comparecimento do secretário de Comércio britânico, Liam Fox, não foram confirmados, disse um porta-voz.

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