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Após ataques de Israel ao Líbano, tensão no Oriente Médio chega ao limite

Israel declarou estado de emergência de 48 horas e fechou seu principal aeroporto por várias horas

Homem observa fumaça vinda de ataque israelense na vila libanesa de Qsair ((Photo by AFP))

Homem observa fumaça vinda de ataque israelense na vila libanesa de Qsair ((Photo by AFP))

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 06h07.

Horas depois de 100 aviões de israelenses sobrevoarem o sul do Líbano, destruindo milhares de lançadores de mísseis do Hezbollah no que foi chamado de ataque preventivo, o Oriente Médio se preparou para um conflito expandido que poderia envolver o Irã e suas milícias aliadas. As informações são da Bloomberg.

O ataque do domingo foi baseado, segundo autoridades israelenses, em informações de que o Hezbollah estava prestes a disparar milhares de mísseis no norte de Israel, bem como drones em um importante centro de inteligência ao norte de Tel Aviv, em retaliação à morte de seu comandante em julho.

Israel declarou estado de emergência de 48 horas e fechou seu principal aeroporto por várias horas, com várias companhias aéreas estrangeiras cancelando voos. O Hezbollah respondeu disparando mais de 200 projéteis, de acordo com Israel, embora autoridades tenham dito que danos muito limitados foram causados. Um soldado israelense foi morto por destroços de mísseis, enquanto três mortes foram relatadas no Líbano.

Se o Hezbollah tivesse executado com sucesso um ataque a alvos no centro de Israel, a retaliação poderia causar uma guerra mais ampla na região.

"Nossa esperança é que os eventos da noite passada não se transformem em uma escalada que leve a uma guerra regional", disse o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, a repórteres na noite de domingo durante uma visita ao Canadá.

Como começou a segunda-feira

Israel reabriu seu aeroporto e aliviou algumas  restrições, o que significa que não aguarda outro ataque tão breve. O porta-voz militar de Israel disse que não houve danos a nenhuma base militar israelense.

As negociações no Cairo visando estabelecer um cessar-fogo em Gaza entre Israel e a milícia palestina Hamas começaram conforme planejado no domingo. Porém, depois que uma delegação do Hamas deixou o Egito na noite de domingo, Osama Hamdan, um porta-voz e líder do grupo, disse que Israel "estabeleceu novas condições para um cessar-fogo" e "ainda está procrastinando", de acordo com uma declaração publicada na conta do grupo no Telegram. Em uma crítica à administração do presidente Joe Biden, ele disse que está "plantando falsas esperanças ao falar sobre um acordo iminente para fins eleitorais".

As negociações devem continuar em "níveis mais baixos" nos próximos dias em um esforço para preencher as lacunas entre as partes, informou a Associated Press, citando uma autoridade dos EUA que falou sob condição de anonimato. A autoridade disse que as negociações recentes foram construtivas e que as partes estão trabalhando para chegar a um acordo.

Ataque Hezbollah

O Hezbollah disse que seu ataque a Israel foi planejado como o início da retaliação pelo assassinato de seu comandante Fuad Shukr em 30 de julho nos subúrbios ao sul de Beirute. O grupo disse que disparou mais de 320 mísseis, seguidos por drones, para atingir 11 quartéis do exército e locais militares no norte de Israel.

A base do serviço de inteligência do Mossad em Glilot foi o principal alvo do ataque, disse o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no domingo.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu convocou uma reunião do gabinete de segurança no domingo e disse que estava "determinado a fazer tudo para defender nosso país, devolver os moradores do norte em segurança para suas casas e continuar defendendo uma regra simples: quem nos prejudicar — nós os prejudicaremos".

Os EUA aumentaram sua presença de defesa naval e aérea na região como um aviso ao Irã e seus aliados para não aumentarem as hostilidades.

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