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Após apertos de mão e concerto, G20 busca consenso difícil

Os auxiliares dos líderes começaram um árduo trabalho que deve durar toda a noite: diminuir as diferenças com o governo do presidente Trump

G20: assim como resolver as diferenças sobre comércio e o clima, Merkel deve liderar as discussões sobre migração (John MacDougall/Reuters)

G20: assim como resolver as diferenças sobre comércio e o clima, Merkel deve liderar as discussões sobre migração (John MacDougall/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de julho de 2017 às 21h14.

Hamburgo - Líderes das principais economias do mundo se encontrarão para forjar um consenso sobre as mudanças climáticas no sábado após prepararem suas equipes para trabalharem até a noite para chegar aos acordos que evitaram no primeiro dia de sua cúpula.

A alemã Angela Merkel levou os líderes a um concerto da Filarmônica de Hamburgo na noite desta sexta-feira, onde eles ouviam Beethoven enquanto seus auxiliares começaram um árduo trabalho que deve durar toda a noite, com o objetivo de diminuir as diferenças com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os líderes do G20 tinham dificuldade na busca por consenso sobre as políticas climáticas e comerciais, apesar de um apelo de Merkel para que os outros líderes se comprometessem nas conversas que opuseram Trump contra virtualmente todos os outros países no clube das maiores economias do mundo.

"Os xerpas têm muito trabalho pela frente esta noite", disse ela, referindo-se ao dossiê comercial. "Eu espero que eles possam nos levar a um bom resultado esta noite. Mas aqui as discussões são muito difíceis, eu não quero falar em torno disso".

Assim como resolver as diferenças sobre comércio e mudanças climáticas, Merkel deve liderar as discussões sobre migração no sábado - questões que se tornaram mais contenciosas desde que Trump assumiu a Casa Branca há meio ano, prometendo uma abordagem de "América em Primeiro Lugar".

No mês passado, ele retirou os EUA de um importante acordo internacional que visava combater as mudanças climáticas. E está ameaçando adotar medidas punitivas no setor siderúrgico que atingiriam China, Alemanha, Canadá e vários outros países.

Os enviados têm trabalhado há semanas para conciliar as diferenças e fontes europeias dizem que eles propuseram uma nova linguagem à questão do clima na quinta-feira, que será submetida à aprovação dos líderes.

O último esboço de comunicado se mantém fiel ao discurso de que o acordo de Paris é "irreversível", mas retira a referência de uma versão anterior à uma "abordagem global", que alguns países sentiram que poderia sugerir a existência de uma via paralela ao acordo de Paris.

Ele também inclui um novo parágrafo que diz que os Estados Unidos "trabalharão de perto com outros parceiros para facilitar seu acesso e uso de combustíveis fósseis de maneira mais limpa e eficiente".

Enquanto os líderes se reuniam na sexta-feira, a polícia disse que estava enviando reforços de outras partes da Alemanha para lidar com os milhares de manifestantes contra o capitalismo que estavam ateando fogo em carros, latas de lixo e pallets de madeira, uma violência que o ministro do Interior de Hamburgo considerou "assustadora".

A polícia disse que 196 policiais foram feridos, 83 manifestantes foram temporariamente detidos e outros 19 presos.

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