A política do filho único foi implantada no final de 1970 para frear a superpopulação na China. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2011 às 12h00.
Pequim - O Governo chinês analisa a possibilidade de relaxar a política do "filho único", implantada há 30 anos, para enfrentar problemas como o envelhecimento da população, destacaram assessores governamentais que nesta semana debatem em Pequim propostas para o período 2011-2015.
Cinco províncias avaliam permitir um segundo herdeiro, caso um dos pais seja filho único (atualmente isto só é possível quando os dois progenitores não têm irmãos), declarou ao jornal "South China Morning Post" o delegado Li Jichun, que participa da plenária anual da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh, principal órgão assessor estatal).
Propostas similares apresentadas em 2007 foram rechaçadas por temores a um aumento excessivo da população ativa que não possa ser absorvida pelo mercado de trabalho, mas a questão do envelhecimento dos chineses trouxe o assunto novamente à tona, revela nesta terça-feira o "South China Morning Post".
Atualmente, 8,5% da população chinesa têm mais de 65 anos, mas caso a tendência atual seja mantida, esta porcentagem poderia ser dobrada em 2030 (17,5%).
A política do filho único foi implantada no final de 1970 para frear a superpopulação na China e segundo as estatísticas governamentais, conseguiu frear o crescimento demográfico anual de 1,35 milhão de novos habitantes por ano em 1980 para os 630 mil atuais.
Os partidários do relaxamento da política também alegam motivos sociológicos, já que o excesso de "filhos únicos" nas cidades chinesas criou as chamadas "gerações de imperadores", com indivíduos cada vez mais egoístas e caprichosos.
Também há pressões do exterior. O legislador americano Chris Smith pediu nesta segunda-feira que a ONU condene a política do "filho único", já que durante décadas causou indiretamente violações de direitos humanos tais como esterilizações e abortos forçados.