O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy: fronteiras exteriores precisam ser administradas de maneira integrada e solidária, segundo ele (Dani Pozo/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 13h16.
Madri - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, cobrou nesta sexta-feira mais apoio da UE aos países que, como a Espanha, são mais suscetíveis ao fluxo de imigração ilegal, qualificando como "prioridade" uma política integrada neste assunto.
Rajoy fez esta chamada à UE no encerramento da Conferência sobre o futuro da Europa, que foi organizada pelo Instituto Berggruen e realizada em Madri.
As declarações de Rajoy vêm à tona depois que mais de 200 imigrantes subsaarianos conseguissem entrar na cidade espanhola de Melilla nesta manhã, quando foi registrado uma invasão em massa próxima à cerca fronteiriça.
Diante dos ex-primeiros-ministros italianos Mario Monti e Enrico Letta, que também tiveram que enfrentar problemas ligados à imigração ilegal, o chefe do Executivo espanhol considerou este problema como um dos pontos essenciais para o futuro da UE.
Segundo Rajoy, para assegurar uma UE sem fronteiras interiores, as fronteiras exteriores precisam ser administradas de maneira integrada e solidária.
"Ou seja, precisamos de uma verdadeira política de imigração europeia, mais eficaz e mais solidária com os países que conformamos sua fronteira exterior", assinalou.
Neste sentido, Rajoy esclareceu que não se trata de fazer da Europa uma fortaleza, mas insistiu que é necessário tratar o problema da imigração ilegal "em sua raiz".
Para Rajoy, a imigração irregular é um problema integral da União Europeia, ao argumentar que "o imigrante ilegal não só entra na Espanha ou na Itália, mas sim ao conjunto da UE".
Desta forma, o chefe do governo espanhol considerou que "uma visão solidária e integrada da política de imigração deve ser uma prioridade para a UE no século XXI.
A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, também se referiu ao problema da imigração ilegal e pediu prudência ao ressaltar que as máfias que traficam seres humanos estão atentas ao que ocorre nas fronteiras.
Em entrevista coletiva ao término do habitual Conselho de Ministros das sextas-feiras, Soraya advogou por uma maior colaboração com os países de origem e um maior rigor na luta contra essas máfias, lembrando que a Espanha é solidária com o conjunto da UE por sua condição de fronteira sul e, por isso, também deve contar com sua solidariedade.
A vice-presidente indicou que, na próxima segunda-feira, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, se reunirá em Bruxelas com a comissária Cecilia Malsmtröm, a quem lhe passará em "primeira mão" toda a informação disponível sobre a tragédia ocorrida na cidade espanhola de Ceuta, onde 15 imigrantes morreram ao tentar chegar nadando à costa.