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Apesar de crise, Eurozona cresce 1,7% em 2010

Crescimento da Alemanha conseguiu garantir o resultado postivo do bloco, apesar dos temores de uma crise da dívida

Sede do Banco Central Europeu: em 2009 região teve queda de 4,1% no PIB (Daniel Roland/AFP)

Sede do Banco Central Europeu: em 2009 região teve queda de 4,1% no PIB (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 14h53.

Bruxelas - A Eurozona encerrou o ano de 2010 com um crescimento de 1,7%, superando a forte recessão de 2009. Este resultado, no entanto, deve-se em grande medida ao desempenho da Alemanha, enquanto o resto do bloco vive à espreita do fantasma da dívida, que fragilizou ainda mais a economia de países como Portugal e Espanha.

O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) dos 16 países que integravam a Zona do Euro em 2010 - aos quais somou-se a Estônia em 1º de janeiro de 2011 - foi de 1,7%, após um crescimento no quarto trimestre (+0,3%) ligeiramente inferior ao esperado pelos analistas, que calculavam uma alta de 0,4%, indicou nesta terça-feira o instituto de estatísticas Eurostat.

Entre outubro e dezembro, a união monetária registrou um crescimento idêntico ao do trimestre anterior. No primeiro trimestre, o aumento do PIB foi de 0,4%, e no segundo, de 1%.

Com estes dados, os 16 países membros viraram a página da pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial, que em 2009 provocou uma severa contração de 4,1%.

A Alemanha, primeira economia europeia, amargou uma desaceleração no quarto trimestre de 2010, com uma progressão de apenas 0,4% - contra 0,7% nos trimestres anteriores -, mas conseguiu concluir o ano com um significativo crescimento de 3,6%.

A economia francesa, por sua vez, manteve-se estável nos últimos três meses do ano, com um avanço de 0,3%, e +1,5% no conjunto de 2010.

O desempenho das duas principais potências da Zona do Euro na reta final do ano decepcionou os analistas, embora parte dos resultados ruins tenham sido atribuídos às fortes nevascas do mês de dezembro na Europa.

Os dados publicados nesta terça-feira contrastam com os divulgados pela Espanha - cuja economia cresceu 0,2% no quarto trimestre e encerrou o ano com uma contração de 0,1% - e Portugal - com uma queda de 0,3% entre outubro e dezembro, e um modesto avanço de 1,4% para o acumulado de 2010.

Os problemas financeiros dos dois países, assim como da Grécia e da Itália, continuam preocupando mercados, investidores e analistas, que preveem um impacto da crise da dívida sobre o crescimento da Eurozona em 2011.

O PIB do bloco pode "voltar a se acelerar" no primeiro trimestre de 2011, mas como "as economias periféricas a princípio se manterão muito frágeis e a recuperação das exportações perderá fôlego, calculamos um avanço de aproximadamente 1%" este ano, indicou Jonathan Loynes, da Capital Economics.

Para os economistas da IHS Global Insight, o crescimento de 2011 deve ficar em torno de 1,5%, devido especialmente às "políticas de austeridade e as tensões recorrentes sobre a dívida soberana" de países como Portugal e Espanha.

Reunidos em Bruxelas, os ministros das Finanças da Eurozona decidiram na segunda-feira duplicar o montante de seu futuro fundo de apoio, destinado a socorrer os países em dificuldades. O valor total chegaria a 500 bilhões de euros (675 bilhões de dólares).

O plano é que este mecanismo substitua a partir de 2013 o atual fundo, criado em maio de 2010 para enfrentar a crise da dívida na Grécia, e que também foi usado, seis meses depois, para resgatar as finanças da Irlanda.

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