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Apenas 25% dos trabalhadores têm emprego estável, diz OIT

Segundo a OIT, Bolívia e Peru, junto com a China, o Níger e a Índia registraram as maiores taxas de emprego sem contrato permanente, ficando acima de 90%.

Trabalhadores estrangeiros participam da construção de estádio da Copa do Mundo do Catar (MARWAN NAAMAN/AFP)

Trabalhadores estrangeiros participam da construção de estádio da Copa do Mundo do Catar (MARWAN NAAMAN/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 23h01.

Genebra - Apenas um quarto dos trabalhadores do mundo tem um emprego estável, acentuando sua insegurança - é o que informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em sua pesquisa anual sobre o emprego divulgada nesta terça-feira.

O relatório "Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo 2015", que abrange 180 países (84% da força de trabalho global), revela que 75% desses trabalhadores têm contratos temporários ou de curto prazo, muitas vezes empregos informais, sem um contrato ou em empresas familiares sem remuneração.

"Estas tendências emergentes também são um reflexo da insegurança generalizada que afeta muitos trabalhadores no mundo de hoje", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Mais de 60% dos trabalhadores não têm contrato de trabalho e uma grande parte deles são trabalhadores autônomos ou familiares nos países em desenvolvimento.

Entre os trabalhadores assalariados, menos da metade (42%) têm um contrato permanente.

Por países, Bolívia e Peru, junto com a China, o Níger e a Índia registraram as maiores taxas de emprego sem contrato permanente, ficando acima de 90%. Na América Latina, esse percentual cai para quase 31% na Costa Rica e em torno de 55% no Chile e na Argentina. Na Espanha, 37,11% dos trabalhadores não têm contrato permanente.

O emprego registrou grandes diferenças entre as regiões. Nas economias desenvolvidas e na Europa Central e Sudeste, cerca de oito em cada dez pessoas em idade activa têm um emprego, enquanto no Sul da Ásia e na África subsaariana o número é reduzido para dois em cada dez.

"A mudança que estamos vendo, a partir de relações de trabalho tradicionais para formas mais atípicas de emprego, está muitas vezes associada ao aumento das taxas de desigualdade e pobreza em muitos países", destacou Ryder.

A diferença entre os ganhos dos trabalhadores permanentes e trabalhadores temporários ampliou na última década. Por exemplo, no Uruguai é de 65%, enquanto que nas Filipinas é de 43%.

Maior regulação estatal

Os autores do relatório convidam os estados a reforçarem sua legislação para melhor proteger os trabalhadores contra o tratamento arbitrário ou injusto.

Na Europa, a "proteção ao trabalho tem diminuído desde 2008, quando a crise financeira global começou", dizem os pesquisadores. Esta crise levou a um forte aumento do emprego a tempo parcial, especialmente para as mulheres, entre 2008 e 2013.

Os autores observam, no entanto, uma melhoria em relação ao número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza.

Há 20 anos, metade dos trabalhadores do mundo ganhava menos de dois dólares por dia, enquanto em 2014 esse percentual é de 25%. No entanto, 10% dos trabalhadores ganharam salários abaixo de 1,25 dólar por dia em 2014.

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