Neste domingo, 21, Zelensky concedeu uma coletiva de imprensa no Japão, na qual zombou do desencontro com o presidente brasileiro (EUGENE HOSHIKO/POOL/AFP/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 21 de maio de 2023 às 09h44.
Mesmo após os pedidos de Volodymyr Zelensky e a pressão dos países membros do G7 para um encontro entre o presidente da Ucrânia com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na cúpula do G7 em Hiroshima (Japão), o governo brasileiro informou que a reunião entre os dois países não acontecerá por "incompatibilidade de agenda".
Fontes do governo, ouvidas pelo Estadão e CNN, afirmaram que Lula chegou a ofertar alguns horários para que a reunião acontecesse ainda no Japão, mas a equipe do presidente ucraniano não conseguiu encaixar o encontro na agenda de Zelensky.
Neste domingo, 21, Zelensky concedeu uma coletiva de imprensa no Japão, na qual zombou do desencontro com o presidente brasileiro. "Acho que ele (Lula) ficou decepcionado", comentou ironicamente na coletiva.
Ambos os parlamentares ficaram frente a frente neste domingo, durante sessão de trabalho do G7 para discutir a paz, relacionada à Guerra da Ucrânia. Quando discursou, Lula disse que condena a violação da integração territorial da Ucrânia, mas que repudia o uso da força bruta para resolver os problemas.
"O Brasil "repudia veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia".
Zelensky roubou a cena da cúpula do G-7 ao chegar ontem ao Japão em um avião da França, após participar na véspera da cúpula da Liga Árabe, que tem entre seus membros nações pró-Rússia e neutras.
Organizada às pressas, a visita de Zelensky fez com que os líderes do G7 divulgassem a declaração final um dia antes do previsto, na qual condenaram a Rússia pela invasão da Ucrânia e pediram à China, aliada de Moscou e que nunca condenou a invasão que "pressione a Rússia para que encerre sua agressão" e "retire imediatamente, totalmente e sem condições suas tropas" do país do Leste Europeu.
Hoje, no último dia da cúpula, Lula tem uma agenda cheia, com seis reuniões marcadas, entre chefes de governo e empresários, para além da visita dos chefes de governo ao Parque Memorial da Paz e da sessão conjunta "Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero".
Lula retorna ao Brasil na segunda-feira, 22.