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Apagões mostram fragilidade em transmissão de energia

Falta de manutenção e investimentos em modernização do sistema de transmissão de energia como responsáveis pelos apagões, dizem especialistas

País teve um consumo médio mensal de 56.577 megawatts em 2010. Indústria apresentou a maior taxa de crescimento, 11,0%. (Caio Coronel/Ag. Itaipu)

País teve um consumo médio mensal de 56.577 megawatts em 2010. Indústria apresentou a maior taxa de crescimento, 11,0%. (Caio Coronel/Ag. Itaipu)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 22h35.

São Paulo - O sistema brasileiro de transmissão de energia ainda é vulnerável a falhas que podem deixar grandes regiões no escuro, avaliam especialistas, apesar de garantias do governo de que os blecautes recentes no Nordeste e na cidade de São Paulo foram incidentes isolados.

Especialistas ouvidos pela Reuters apontam para falta de manutenção e investimentos em modernização do sistema de transmissão de energia como responsáveis pelos apagões.

O assunto é particularmente espinhoso para a presidente Dilma Rousseff, que foi ministra de Minas e Energia durante parte do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Logo após o apagão no Nordeste no início de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o sistema brasileiro era robusto e moderno e que falhas eram comuns no mundo todo.

"Se o sistema fosse robusto e moderno como diz o ministro, isso não teria acontecido", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

Segundo ele, o Brasil sofre com falta de investimentos e modernização de linhas e subsestações. "O governo se concentrou em geração de energia e deixou um pouco de lado a questão da transmissão... O Brasil está com sistema fragilizado."

Para o professor da Poli-USP e ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer, o sistema elétrico brasileiro é moderno apenas "na concepção".

"Ele não está à altura do que foi planejado e construído. Está começando a ficar como o Sistema Único de Saúde (SUS): muito bem planejado, mas quem precisa dele sente-se ameaçado", afirma.

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