Um homem caminha por uma rua durante um apagão geral em Havana, em 14 de março de 2025. Cuba sofreu outro apagão geral em 14 de março de 2025, causado por uma falha em seu sistema elétrico nacional, informou o Ministério de Energia e Minas (YAMIL LAGE / AFP/AFP Photo)
Redação Exame
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 10h19.
Apagões de energia elétrica afetarão 44% de Cuba de forma simultânea na tarde e noite deste sábado, 16, horário em que há aumento na demanda de energia, informou neste sábado a empresa estatal cubana Unión Eléctrica (UNE).
Cuba passa por uma crise energética agravada desde meados do ano passado, com interrupções no serviço em mais da metade do território cubano, acompanhadas por quatro apagões nacionais que duraram vários dias consecutivos.
Em fevereiro deste ano foi registrada a maior taxa de déficit de 2025 até agora, e também dos últimos dois anos, com 57% do país às escuras ao mesmo tempo, motivo pelo qual o governo ordenou a suspensão das aulas e das atividades laborais por dois dias.
A UNE, vinculada ao Ministério de Energia e Minas, prevê para esta jornada uma capacidade máxima de geração elétrica de 2.195 megawatts (MW) no horário “pico” da tarde-noite, diante de uma demanda estimada de 3.800 MW.
O déficit – diferença entre oferta e demanda – será de 1.605 MW e a afetação real – os circuitos que serão preventivamente desconectados para evitar um apagão desordenado – alcançará 1.675 MW no momento de maior consumo.
A UNE informou sobre avarias e manutenções em sete das 20 unidades de produção termelétrica (distribuídas em sete usinas). Além disso, 56 centrais de geração distribuída e uma central flutuante (patana) estão fora de serviço por falta de combustível (óleo combustível e diesel).
As principais causas dos frequentes apagões são as avarias constantes nas obsoletas usinas termelétricas terrestres e a falta de combustível, segundo o governo cubano.
Especialistas independentes explicam que a crise energética se deve ao subfinanciamento crônico deste setor, completamente sob controle do Estado cubano desde o triunfo da revolução em 1959.
As usinas termelétricas estão obsoletas, após décadas de exploração e falta de investimentos; e a paralisação de outras infraestruturas está ligada à escassez de óleo combustível e diesel, já que o Estado não tem divisas para importá-los.
Segundo diversos cálculos independentes, o governo cubano precisaria entre 8 e 10 bilhões de dólares para reerguer o Sistema Elétrico Nacional, um investimento fora de seu alcance. E qualquer solução só seria possível a longo prazo.
Com Agência EFE