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Ao menos 61 crianças morreram na Síria em dois meses, diz ONG

A escalada de tensão entre o governo da Síria e grupos opositores tem afetado famílias deslocadas que não têm recursos para fazer funerais

Síria: nos últimos meses, o governo da Síria realizou ações contra grupos opositores no norte do país (Agence France-Presse/AFP)

Síria: nos últimos meses, o governo da Síria realizou ações contra grupos opositores no norte do país (Agence France-Presse/AFP)

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EFE

Publicado em 5 de junho de 2019 às 11h21.

Última atualização em 5 de junho de 2019 às 11h23.

Cairo — A ONG Save the Children afirmou nesta quarta-feira que pelo menos 61 crianças morreram em meio à escalada de violência pela ofensiva do governo da Síria contra grupos opositores no norte do país nos dois últimos meses.

Dos 61 menores mortos, 11 morreram em escolas, 25 em suas casas, 10 em mercados e dois em campos de deslocados, além de um que morreu em um hospital atingido em um bombardeio. Os outros morreram em locais diversos, destacou a ONG com dados elaborados por sua colaboradora local, a Rede Hurras, em comunicado.

Joelle Bassoul, porta-voz da ONG para o Oriente Médio e a Europa Oriental, afirmou à Agência Efe que as vítimas são de "áreas que foram duramente atingidas pelo aumento da violência militar", a maioria deles na província Idlib e no norte da província de Hama.

Segundo a Save the Children, a escalada de violência está afetando especialmente famílias deslocadas que não têm tempo e nem recursos para fazer funerais para se despedir dos mortos.

"As pessoas estão se movimentando e alguns tiveram que se deslocar múltiplas vezes, portanto não é que estejam em suas cidades e podem enterrar seus entes queridos", explicou Bassoul.

O aumento da violência forçou o deslocamento de mais de 300 mil pessoas desde o começo de maio, acrescentou a Save the Children, ao lembrar que, segundo a ONU, foram registradas entre 160 e 300 mortes de civis.

"Definitivamente pedimos que as partes respeitem as leis internacionais de direitos humanos e o direito humanitário internacional para proteger os civis", destacou Bassoul.

A organização afirmou que mais de 65% das escolas em Hama foram forçadas a fechar junto a 18 centros de apoio a crianças e mulheres, deixando a cerca de 70 mil menores sem apoio escolar.

O governo de Bashar Al-Assad lançou em 30 de abril uma ofensiva militar não declarada formalmente contra a zona desmilitarizada estipulada em setembro do ano passado entre russos e turcos.

Nessa ofensiva, lançada com o apoio de centenas de ataques aéreos de aviões russos, as forças de Assad e seus aliados recuperaram mais de 20 localidades que permaneciam em poder dos opositores ao redor da província de Idlib.

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