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Guerra em Gaza: 93 palestinos morrem em ataque israelense enquanto esperavam ajuda

Exército de Israel admite disparos, mas contesta número de mortos divulgado por Gaza

Faixa de Gaza: palestinos morrem perto de centro de distribuição de ajuda humanitária. (AFP/AFP)

Faixa de Gaza: palestinos morrem perto de centro de distribuição de ajuda humanitária. (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 20 de julho de 2025 às 14h23.

Última atualização em 20 de julho de 2025 às 17h56.

A Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou neste domingo (20) que 93 palestinos morreram e dezenas ficaram feridos por "disparos israelenses" perto de centros de distribuição de ajuda humanitária no norte e no sudoeste do território palestino devastado pela guerra.

O porta-voz desta organização de primeiros socorros, Mahmoud Bassal, declarou à AFP que 93 pessoas morreram como resultado de "disparos da ocupação [Israel]", quando esperavam ajuda em diversos locais.

Segundo ele, 80 pessoas morreram na região de Zikim, a noroeste da Cidade de Gaza.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) declarou que uma de suas caravanas de 25 caminhões com ajuda alimentar entrou neste domingo pela manhã no norte da Faixa de Gaza e "viu imensas multidões de civis famintos que recebiam disparos".

Procurado pela AFP, o Exército israelense mencionou "disparos de alerta para evitar uma ameaça imediata que pesava sobre ele", diante da aglomeração de "milhares" de pessoas. O Exército negou o balanço feito pela Defesa Civil.

A Defesa Civil também registrou outras 23 mortes em bombardeios no território palestino.

"Havia milhares de pessoas reunidas, todas em busca de farinha", conta Qassem Abu Khater, que foi ao ponto de distribuição.

"Os tanques dispararam a esmo contra nós, e os franco-atiradores da ocupação [Israel] abriram fogo como se estivessem caçando animais selvagens na floresta", descreveu.

Este homem de 36 anos é natural de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, e teve que abandonar seu lar junto com sua família por causa dos combates. Agora vive a oeste da Cidade de Gaza.

E garante que testemunhou a morte de "dezenas de pessoas".

"Perguntamos a nós mesmos: devo voltar com um ferido para salvá-lo, ou com um saco de farinha para salvar minha família e meus filhos? Meu Deus, a que fomos reduzidos", lamentou.

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