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Ao menos 22 são mortos em ataque talibã contra hotel afegão

A elite de Cabul costuma passar as noites de quinta-feira, geralmente em família, nesse hotel

Helicópteros da Otan sobrevoam o hotel Spozhmai no lago Qargha: a organização acusa a rede Haqqani de ter organizado o ataque (Massoud Hossaini/AFP)

Helicópteros da Otan sobrevoam o hotel Spozhmai no lago Qargha: a organização acusa a rede Haqqani de ter organizado o ataque (Massoud Hossaini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 13h11.

Cabul - Quatro talibãs fortemente armados atacaram um hotel perto de Cabul na noite de quinta-feira, matando pelo menos 18 pessoas antes de morrer, depois de mais de 12 horas de combates, anunciou nesta sexta-feira o ministério afegão do Interior.

O ataque ocorreu às margens do lago Qargha, um local de veraneio situado a 10 km de Cabul, frequentado por famílias que fazem piqueniques.

"Dezessete civis e um policial morreram e outros cinco, incluindo um policial, ficaram feridos", segundo o porta-voz do ministério do Interior, Sediq Sediqqi, que também confirmou o número de quatro atacantes. O balanço anterior da mesma fonte apontava 16 mortos: 12 civis, três guardas do hotel e um policial.

O comandante das tropas americanas da Otan no Afeganistão, o general John Allen, acusou nesta sexta-feira em um comunicado a rede Haqqani, com sede no Paquistão, de ter organizado este ataque.

"As forças de segurança nacional afegãs e as fontes da coalizão militar reconhecem que este ataque leva a assinatura da rede Haqqani, que continua atacando e matando afegãos inocentes e violando descaradamente a soberania afegã a partir da segurança do Paquistão", afirmou.

Em uma varanda com vista para o lago havia um bolo de aniversário já cortado, rodeado por uma dúzia de cadeiras vazias. No chão jazia um jovem com o peito crivado de balas que já havia dado seu último suspiro. Como muitas vítimas, estava vestido de modo ocidental, constatou um jornalista da AFP.

As forças de segurança lançaram uma operação em busca de eventuais talibãs, acrescentou Sediqqi.

O ataque começou na quinta-feira às 23h30 locais (16h00 de Brasília) no hotel Spozhmai, onde a elite de Cabul passa as noites de quinta-feira, geralmente em família. Os homens e as mulheres jantam juntos.

Foram mobilizadas forças de segurança afegãs e tropas da coalizão na região para enfrentar os atacantes, que no início da operação insurgente tomaram civis como reféns. Ao menos 40 destes reféns foram libertados antes do anúncio do fim dos combates, segundo Sediqqi.

Zaibhulah Mujahid, um porta-voz dos insurgentes, disse à AFP que "mujahidines atacaram este hotel porque pessoas de alto nível procedentes das embaixadas, da Isaf (Força Internacional de Assistência para a Segurança da Otan) ou da administração de Cabul se reúnem ali todas as quintas-feiras para festas desenfreadas com bebidas e prostituição".

Segundo Mohamad Zahir, chefe do departamento da polícia criminal de Cabul, os assaltantes, armados com fuzis kalashnikov e lança-foguetes, invadiram um casamento.

Ao menos um dos atacantes detonou seu colete de explosivos, acrescentou.

As forças de segurança iniciaram uma operação para pôr fim ao ataque por volta das 05h30 locais (22h00 de Brasília), indicou a polícia. Um fotógrafo da AFP que se encontrava no local ouviu disparos de armas automáticas e viu dois helicópteros da Otan no céu.

Soldados afegãos que se deslocavam em veículos blindados foram mobilizados inicialmente a 500 metros do hotel, com policiais e ambulâncias.

O ataque de Qargha ocorreu poucas horas depois de um discurso do presidente Hamid Karzai advertindo que os ataques contra a polícia local e os soldados aumentaram "nos últimos dois ou três meses".

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