Elizabeth II: rainha já planejava falar sobre união em seu discurso natalinoA (Aaron Chown/Pool/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de dezembro de 2019 às 17h02.
Última atualização em 25 de dezembro de 2019 às 17h03.
São Paulo.- A rainha Elizabeth II pediu em sua tradicional mensagem de Natal, exibida nesta quarta-feira, que os cidadãos do Reino Unido deem "pequenos passos" em direção à reconciliação após um 2019 classificado por ela como um ano "um tanto turbulento"
A soberana, de 93 anos, dirigiu-se à nação em um discurso pré-gravado e transmitido pela rede pública de televisão "BBC". Ela refletiu sobre vários acontecimentos que tiveram comemoração especial neste ano, como o 50º aniversário da missão da Apollo 11 à Lua e o 75º aniversário da Batalha da Normandia na Segunda Guerra Mundial.
"É uma lembrança para todos nós (o fato) de que os grandes saltos muitas vezes começam com pequenos passos", disse, fazendo referência à frase dita pelo astronauta americano Neil Armstrong quando pisou no solo lunar pela primeira vez, em 20 de julho de 1969.
Já em relação ao Dia D, a rainha fez elogios por, neste ano, "antigos inimigos se reunirem em comemorações amigáveis de ambos os lados do Canal, deixando para trás diferenças passadas", e enfatizou que a reconciliação "não acontece da noite para o dia", mas requer "paciência e tempo".
A ênfase na necessidade de "dar pequenos passos" para deixar para trás velhas divisões foi interpretada no Reino Unido como um apelo à união do país após as tensões causadas pelo processo de saída da União Europeia (UE), o Brexit, marcado para acontecer em 31 de janeiro após várias reviravoltas.
No discurso, a chefe de Estado britânica também elogiou a "determinação" dos jovens em proteger o planeta das mudanças climáticas e falou de sua família, que é inspirada, segundo ela, por aqueles que trabalham a serviço dos outros.
Elizabeth II mencionou o exemplo de Jesus Cristo, que mostrou ao mundo como "pequenos passos dados na fé e na esperança" podem ajudar a superar "diferenças e divisões" para trazer compreensão e harmonia.
"Muitos de nós tentamos seguir os seus passos. O caminho, claro, nem sempre é suave, e por vezes este ano pode ter parecido um tanto turbulento, mas pequenos passos podem trazer grandes mudanças", disse.
A própria família real teve um ano bastante conturbado, com o marido da rainha, o príncipe Philip, envolvido em um acidente de trânsito, e o príncipe Andrew, o segundo filho do casal, sendo forçado a deixar a vida pública por causa da polêmica relação com o bilionário americano Jeffrey Epstein, que foi condenado por crimes sexuais.
O príncipe Harry e a esposa, Meghan, que passam as festas de fim de ano no Canadá, lamentaram nos últimos meses o assédio da mídia, e a relação entre ele e o irmão, o príncipe William - segundo na linha de sucessão - teria se deteriorado, segundo a imprensa.
Com exceção de Philip - que ontem recebeu alta de um hospital após ficar quatro dias internado devido a um problema de saúde não revelado - e de Harry e Meghan, a família real participou hoje de um culto de Natal em uma igreja próxima da residência de Sandringham, no leste da Inglaterra.