Carro bomba explode em Madri em atentado do ETA: a organização continua sem anunciar sua dissolução e sem entregar as armas (Denis Doyle/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 14h51.
Madri - Um ano depois que a organização terrorista ETA anunciou a "cessação definitiva de sua atividade armada", as forças de segurança da Espanha consideram que é um processo "irreversível" e os partidos políticos lhe exigem sua dissolução e a entrega das armas.
Fontes da luta antiterrorista consultadas pela Agência Efe não apreciam nenhum sintoma de rearmamento no grupo nem movimentos para a formação de "comandos", embora tenham se mostrado convencidas de que o desarmamento total está "muito longe" de acontecer.
Neste sentido, acreditam que a organização terrorista, que anunciou no dia 20 de outubro de 2011 a cessação de sua atividade após cinco décadas de violência e mais de 850 assassinatos, guarda a entrega das armas como seu último trunfo.
A ETA tem na atualidade cerca de 550 detidos em prisões espanholas, aos quais é preciso acrescentar aqueles em outros países, sobretudo na França (140), onde calcula-se que há, além disso, perto de cem foragidos.
Os investigadores acreditam que a organização tem dinheiro suficiente para continuar subsistindo e conserva a rede de informantes.
Mas creem que o processo iniciado há um ano não tem volta, e só uma cisão interna poderia quebrá-lo.
À frente do grupo estão cinco líderes, José Antonio Urrutikoetxea, "Josu Ternera", e as "veteranas" Izaskun Lesaka e Iratxe Sorzabal, além de David Pla, a quem se atribui a leitura dos comunicados da cessação da atividade terrorista.
Segundo fontes da luta antiterrorista, tudo parece indicar que o comando do grupo "assumiu a derrota policial" e que a luta armada "não vai a lugar algum".
Mas, um ano depois, a organização continua sem anunciar sua dissolução e sem entregar as armas, por isso que as forças políticas espanholas exigem que ela dê esses dois passos fundamentais.
A ETA, sigla de "Euskara ta askatasuna" ("Pátria Basca e Liberdade"), foi fundada em 31 de julho de 1959 a fim de conseguir a independência do País Basco.
No ano transcorrido não houve nenhuma atividade terrorista e as forças de segurança espanholas e de outros países europeus, sobretudo França e Reino Unido, detiveram cerca de 20 de seus membros.