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Antonis Samaras, o conservador que promete manter a Grécia no euro

Economista com mestrado em Harvard, Samaras defende a União Europeia, mas é nacionalista roxo, a ponto de entrar em confito com seu próprio partido

O líder conservador grego, Antonis Samaras (Louisa Gouliamaki/AFP)

O líder conservador grego, Antonis Samaras (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 14h25.

Atenas - O conservador Antonis Samaras, nacionalista e partidário da União Europeia, venceu as eleições legislativas deste domingo na Grécia prometendo manter o país na zona do euro.

"Convocamos todas as forças políticas que compartilham nosso objetivo de manter o país no euro a participar de um governo de união nacional", afirmou Samaras após a vitória nas urnas.

Deixado em segundo plano pelo próprio partido por muito tempo, Samaras, 61 anos, derrotou o radical de esquerda Alexis Tsipras, 37, contrário à austeridade.

Samaras era o favorito de todos os credores internacionais, após se apresentar como o fiador da permanência da Grécia na zona do euro, apesar de defender a renegociação do "memorando" do plano de ajuste acertado com os credores em troca de uma ajuda de 347 bilhões de euros.

Samaras chega ao poder após rejeitar, em junho de 2011, a proposta de um governo de coalizão do então primeiro-ministro, Giorgos Papandreu, e exigir eleições antecipadas no país.

O líder da direita lutou contra a austeridade imposta pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca do primeiro socorro financeiro à Grécia, em maio de 2010, mas acabou cedendo em 2011, ao ver o fantasma do "default", e deu seu apoio ao governo dirigido por Lucas Papademos.

Samaras foi um dos deputados mais jovens do Parlamento grego, com 26 anos, surgindo como uma das promessas do partido conservador, mas após ocupar a pasta das Relações Exteriores, abandonou o governo em 1992, por defender posições nacionalistas na disputa sobre o nome da vizinha Macedônia.

Seus detratores na direita afirmaram que ele traiu o partido e foi irresponsável diante dos desafios geopolíticos do país.

De fato, sua decisão o isolou na direita até 2009, quando assumiu a presidência de uma Nova Democracia em crise, após voltar ao partido quatro anos antes.

Desde então, Samaras não deixou de endurecer suas posições sobre os temas de segurança e imigração, se aproximando da extrema-direita.

"Há uma massa de imigrantes, são um milhão e meio que não têm trabalho, que não têm o que fazer", disse à AFP. "Precisamos contar com a solidariedade da Europa" para controlar as fronteiras e expulsar os 'indesejáveis'.

Samaras nasceu em uma família de escritores e empresários ilustres. Sua bisavó, Penelope Delta, autora de sucesso, se matou em 1941 para não ver a chegada dos tanques alemães a Atenas.

Formado em Economia com mestrado em Harvard, Samaras é casado e tem dois filhos.

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