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Antigas tabernas de Buenos Aires mantêm vivas tradições

30 tabernas antigas são responsáveis por permitir que turistas desfrutem das tradições e costumes do século XIX


	Buenos Aires: no século XIX, província contava com 350 "pulperías", uma espécie de taberna com lojinha
 (Wikimedia Commons)

Buenos Aires: no século XIX, província contava com 350 "pulperías", uma espécie de taberna com lojinha (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 10h06.

Buenos Aires - Atualmente, 30 tabernas antigas, mais conhecidas como "pulperías", são responsáveis por permitir que turistas desfrutem das tradições e costumes do século XIX no interior de Buenos Aires.

Naquela época, a província contava com 350 "pulperías", uma espécie de taberna com lojinha, onde os gaúchos (vaqueiros) do pampa argentino podiam saborear cachaças, jogar cartas e comprar carvão para as casas, tudo no mesmo lugar. Contudo, a partir de 1900, a maioria das "pulperías" desapareceu ou foi substituída por lojas e bares.

Atualmente, 30 estabelecimentos, que antigamente funcionavam como lugares onde os gaúchos podiam beber e improvisar com violões, se transformaram em restaurantes ou museus que ainda conservam a mesma estrutura há quase dois séculos. Esses lugares funcionam como uma porta para o passado, principalmente para o turismo local que escolheu a província como destino para as "escapadas" de fim de semana.

Um desses estabelecimentos é "La Protegida", localizada na cidade de Navarro, cerca de 100 quilômetros da capital argentina, que tem o mesmo nome de uma das companhias de transporte que no início do século XIX levava cargas de Buenos Aires para Navarro.

Seu dono, Raúl Lambert, decidiu que, além de oferecer saborosas comidas, como tábuas de frios, empanadas caseiras e doces artesanais, "La Protegida" seria um espaço para colecionar objetos antigos do povo.

Por esse motivo, ali "há desde louças e bebidas antigas até ferramentas da minha infância", afirmou Lambert à Agência Efe sobre o pátio da "pulpería" onde é possível ver os objetos antigos de Navarro. Ele afirmou que na sua taberna as atrações são as festas folclóricas e as noites de tango realizadas nos fundos do local.


A 95 quilômetros da cidade de Buenos Aires, a região de Escalada é composta por velhas casas dos primeiros habitantes e edifícios antigos, entre eles a "pulpería" e o armazém (loja). Trata-se do armazém de "Rolo", um lugar com mais de 140 anos de história e que, antigamente, era um estoque de bebidas e mercadorias.

Hoje, algumas mesas, uma prateleira de madeira, uma quadra de peteca e um cocheira para os cavalos no exterior formam o cenário ideal para tomar um aperitivo e, como antigamente, conversar com as pessoas do lugar.

Também é possível viajar no tempo em La Paz, cerca de 135 quilômetros de Buenos Aires, onde se encontra "La Pulpería", uma construção feita de adobe com teto de palha, construída em 1832 pelo então governador da província de Buenos Aires Juan Manuel de Rosas.

A poucos metros dali, foi erguido o armazém "La Paz", um estabelecimento inaugurado em 1859 que funcionou como um dos principais da região durante muito tempo, e contava com loja de comidas, ferragens, farmácia e barbearia.

"Todos os domingos, vem muita gente da capital. Eles chegam porque algum conhecido veio antes e recomendou ou viram imagens na internet", contou Gisela Márquez, que atende junto com o namorado Julián Gómez, o dono do lugar.

Ali, os visitantes "podem entrar, percorrer e tomar bebidas no armazém. De dia é possível ainda visitar a velha "pulpería" que está ao lado", explicou.

Mais de 150 anos após sua criação, o local continua funcionando como armazém e vendendo bebidas. Na parte dos fundos foi criada uma exposição de objetos antigos recriando como era a vida naquele tempo.

Assim, rodeadas de casas de um estilo antigo e de ruas ainda de terra, nas "pulperías" dos povos do interior não é preciso uma máquina do tempo, pois ali é possível respirar as tradições de quase 200 anos em pleno século XXI.

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