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Antiga empresa de Strauss-Kahn criou 31 sociedades offshore

O fundo se serviu de sua filial AAML para operar essas sociedades, cujos dados aparecem nos documentos filtrados do escritório panamenho Mossack Fonseca


	Ex-diretor do FMI: o fundo se serviu de sua filial Assya Asset Management Luxemburgo (AAML) para operar essas sociedades, cujos dados aparecem nos documentos filtrados do escritório panamenho Mossack Fonseca
 (FRANCOIS GUILLOT/AFP)

Ex-diretor do FMI: o fundo se serviu de sua filial Assya Asset Management Luxemburgo (AAML) para operar essas sociedades, cujos dados aparecem nos documentos filtrados do escritório panamenho Mossack Fonseca (FRANCOIS GUILLOT/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 11h01.

Paris - Um fundo de investimento luxemburguês, presidido até 2014 pelo ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn, ajudou a criar até 31 empresas em paraísos fiscais, revelou nesta quarta-feira o jornal "Le Monde" graças aos dados obtidos no "Panama Papers".

O fundo Leyne, Strauss-Kahn & Partners (LSK), criado por seu parceiro Thierry Leyne, abriu e administrou empresas em paraísos como as ilhas as Seychelles, Panamá, Hong Kong e Ilhas Virgens para clientes como produtores audiovisuais asiáticos e ricos investidores franceses, acrescenta o rotativo.

O fundo se serviu de sua filial Assya Asset Management Luxemburgo (AAML) para operar essas sociedades, cujos dados aparecem nos documentos filtrados do escritório panamenho Mossack Fonseca.

A maior parte dessas estruturas abriram contas bancárias domiciliadas na Suíça, Luxemburgo, Panamá e Hong Kong com o suposto objetivo de "dissimular a identidade real dos beneficiados dos fundos", acrescenta "Le Monde".

No entanto, o jornal especifica que a atividade da AAML se remonta a antes da chegada de Strauss-Kahn à presidência do LSK, em outubro de 2013.

Apenas alguns meses antes, o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) atacava perante o Senado francês as "consequências injustas" dos paraísos fiscais, que "privam o Estado de arrecadações fiscais".

Ao mesmo tempo, o ex-ministro da Economia criticava esses "instrumentos financeiros fundados sobre a opacidade", a que é "muito desestabilizadora".

Em março, a Procuradoria francesa já abriu uma investigação judicial sobre o LSK por fraude em grupo organizado e abuso de bens sociais e de confiança.

O LSK deixou um passivo de cerca de 100 milhões de euros e um total de 150 credores.

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