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Antes do "payroll", Trump mostrou ansiedade com dados de emprego dos EUA

O relatório veio melhor do que o esperado, com criação de 223 mil postos de trabalho em maio

Twitter: Trump escreveu na sua conta do twitter pouco mais de uma hora antes da publicação dos dados (Mike Blake/Reuters)

Twitter: Trump escreveu na sua conta do twitter pouco mais de uma hora antes da publicação dos dados (Mike Blake/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de junho de 2018 às 11h43.

Última atualização em 1 de junho de 2018 às 13h20.

Washington - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou hoje em sua conta oficial no Twitter que estava "ansioso" para ver o último relatório de emprego dos EUA, conhecido como "payroll", pouco mais de uma hora antes da publicação dos dados.

O relatório veio melhor do que o esperado, com criação de 223 mil postos de trabalho em maio e diminuição da taxa de desemprego, de 3,9% em abril para 3,8% no mês passado, menor nível desde abril de 2000. Analistas previam a criação de 190 mil vagas em maio e taxa de desemprego estável, em 3,9%.

O relatório de emprego e outros grandes indicadores dos EUA são liberados para a Casa Branca antes de serem divulgados publicamente. O Departamento do Trabalho encaminha o documento ao presidente por meio do presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA, pela sigla em inglês), assim que está disponível. O CEA, por sua vez, é incumbido de informar a Casa Branca sobre detalhes do "payroll".

"Todos os funcionários do Poder Executivo que recebem informações antecipadas de dado...são responsáveis por garantir que não haja vazamento antes do horário de divulgação oficial", estabelece a diretiva.

Jason Furman, que foi presidente do CEA na administração de Barack Obama, comentou no Twitter. "Se esse tuíte (do Trump) está transmitido informação privilegiada sobre um número de criação de empregos particularmente bom, você jamais deveria recebê-la antecipadamente."

Autoridades do governo dos EUA também não podem comentar sobre dados econômicos logo após sua divulgação e precisam aguardar pelo menos uma hora antes de se manifestarem.

Em março de 2017, o então secretário de imprensa Sean Spicer tuitou 22 minutos depois da publicação de um payroll, mas não se mostrou preocupado com o gesto. "Peço desculpas se ficamos um pouco animados e tão felizes de ver tantos americanos voltando a trabalhar", disse na ocasião.

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