Mundo

Antes de encontro com Trump, Erdogan diz que EUA não cumprem acordo

Depois de assumir o controle de uma fatia de território de 120 quilômetros, Turquia chegou a acordo com EUA para manter a milícia aliada dos EUA fora

Rebeldes sírios aliados da Turquia em ofensiva contra curdos: país lançou uma ofensiva com rebeldes sírios contra combatentes da milícia curda YPG através da fronteira um mês atrás (Khalil Ashawi/Reuters)

Rebeldes sírios aliados da Turquia em ofensiva contra curdos: país lançou uma ofensiva com rebeldes sírios contra combatentes da milícia curda YPG através da fronteira um mês atrás (Khalil Ashawi/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de novembro de 2019 às 10h17.

Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 10h20.

Istambul — O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos não estão cumprindo a promessa de retirar uma milícia curda aliada de uma região da fronteira da Síria e que abordará o assunto quando se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump, na semana que vem.

A Turquia lançou uma ofensiva com rebeldes sírios contra combatentes da milícia curda YPG através da fronteira um mês atrás. Depois de assumir o controle de uma fatia de território de 120 quilômetros de extensão, o país chegou a um acordo com os EUA para manter a milícia aliada dos EUA fora desta área.

Erdogan deve debater a implantação do acordo com Trump em Washington no dia 13 de novembro, tendo confirmado que a visita acontecerá após um telefonema entre os dois de madrugada.

"Enquanto realizamos estas conversas, aqueles que nos prometeram que a YPG... se retiraria daqui dentro de 120 horas não o cumpriram", disse ele em uma coletiva de imprensa, referindo-se a um prazo estabelecido no pacto do mês passado.

Autoridades turcas haviam dito que Erdogan poderia cancelar a visita aos EUA em repúdio a uma votação da Câmara dos Deputados para reconhecer os assassinatos em massa de armênios um século atrás como um genocídio e pedir sanções contra a Turquia.

Após o acordo com Washington, Ancara também chegou a um entendimento com Moscou segundo o qual a YPG deveria recuar 30 quilômetros ao longo de toda a fronteira nordeste da Síria com a Turquia.

Mas Erdogan disse que este acordo tampouco foi cumprido, já que ainda há combatentes da milícia na faixa divisória, acrescentando que debaterá a questão com o líder russo, Vladimir Putin, em breve.

Na noite de quarta-feira, uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA disse que houve combates na área ao sudeste da cidade fronteiriça síria de Ras al-Ain. Ainda "se debate" se a área está incluída no acordo com Washington ou com Moscou.

"A YPG e todas as Forças Armadas certamente recuaram da grande maioria de nossa área", disse a autoridade. "Erdogan nunca é muito específico em seus ataques retóricos contra nós ou qualquer outro".

Falando aos repórteres antes de uma visita à Hungria, Erdogan disse que os confrontos na Síria continuam e que 11 combatentes rebeldes do Exército Nacional Sírio (SNA), apoiado pela Turquia, foram mortos nesta quinta-feira.

(Reportagem adicional de Tuvan Gumrukcu e Jonathan Spicer na Turquia e Humeyra Pamuk em Washington)

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Turquia

Mais de Mundo

Eleições na Irlanda: três partidos têm chance de vitória na disputa desta sexta

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia