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Antes das eleições de Israel, Netanyahu visita Trump

Presidente americano participa indiretamente da campanha política do primeiro-ministro israelense para a reeleição

Trump e Netanyahu: viagem será encurtada após míssil matar sete pessoas em Tel Aviv, no domingo (24) (Amir Cohen/Reuters)

Trump e Netanyahu: viagem será encurtada após míssil matar sete pessoas em Tel Aviv, no domingo (24) (Amir Cohen/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2019 às 06h14.

Última atualização em 25 de março de 2019 às 06h26.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, chegou ontem aos Estados Unidos e se encontra com o presidente norte-americano Donald Trump nesta segunda-feira, 25. O político israelense e sua esposa Sara foram aos EUA para a conferência anual do Comitê Americano-Israelita de Assuntos Públicos.

Era para ser uma viagem de quatro dias, mas Netanyahu anunciou que voltará a Israel ainda hoje, após se encontrar com Trump. Ontem, um míssil  matou sete pessoas em Tel Aviv. Segundo um porta-voz do governo israelense, o projétil foi lançado de Gaza, território controlado pelo Hamas. Netanyahu prometeu responder com força. Seria mais um episódio para demonstrar sua política linha-dura não fosse por um detalhe importante: o líder israelense está a uma semana das eleições, e não pode se dar ao luxo de titubear. Pelo menos é isso que, na teoria, esperam seus eleitores. 

Na última viagem aos EUA, o político aproveitou a ocasião para falar com Trump sobre novos apoios políticos para Israel no Oriente Médio. Neste ano, o primeiro-ministro desembarca nos Estados Unidos duas semanas antes das eleições gerais de seu país, marcadas para o dia 9 de abril. Com acusações de corrupção pairando sobre sua cabeça, ele deseja usar sua proximidade com Trump como arma política em casa.

Na campanha política para a reeleição, Netanyahu tem valorizado seu relacionamento com os Estados Unidos. Em fevereiro, o primeiro-ministro colocou um grande pôster com uma foto sua apertando a mão de Trump nas principais avenidas de Jerusalém e Tel Aviv. No cartaz, lia-se a mensagem “Netanyahu joga em outra liga”. Depois, Trump publicou uma foto do anúncio em seu Instagram.

Na semana passada, Trump já começou a tomar atitudes numa direção que favorece Netanyahu. Através de um tuíte na última quinta-feira, 21, o presidente norte-americano declarou que os Estados Unidos deveriam mudar a posição adotada nos últimos 52 anos sobre as Colinas de Golã. Para ele, o país deveria reconhecer a soberania de Israel sobre a região, considerada pelo Conselho de Segurança da ONU um território ocupado da Síria. Em seguida, o primeiro-ministro israelense agradeceu a Trump pelo Twitter.

Além disso, Netanyahu recebeu o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, na última sexta-feira, 22, em Jerusalém. Durante a visita, o chefe da diplomacia norte-americana concordou com o discurso do primeiro-ministro contra o Irã e ainda confirmou que o líder de Israel e Trump mantém uma “excepcional relação”. Em uma entrevista, o político chegou a afirmar que Donald Trump era um “enviado de Deus para salvar Israel das ameaças do Irã“.

Trump evita comentar as acusações de corrupção contra Netanyahu. Para o presidente dos EUA, o amigo é um primeiro-ministro “firme, inteligente e forte”. A dúvida é se a mão de ferro de sempre, e a amizade com Trump, serão suficientes para superar a popularidade do adversário Beni Gantz, que  liderou várias pesquisas de intenção de voto em Israel.

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