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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Rio de Janeiro - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estimou em 4,5 bilhões de barris o volume recuperável de petróleo em área que explora no pré-sal da bacia de Santos, o que se configura como a segunda maior reserva de petróleo do Brasil, atrás apenas do megacampo de Tupi.
O supercampo, batizado informalmente de Franco, está em área ainda não licitada pelo governo e poderá ser utilizado para a realização da operação de capitalização da Petrobras, em que a União cederia à estatal o direito de exploração em uma troca indireta por ações da companhia.
O poço foi perfurado pela Petrobras, contratada pela ANP para realizar o trabalho, em um prospecto com cerca de 400 quilômetros quadrados e detectou uma coluna com 272 metros de espessura efetiva com petróleo.
"A avaliação levou em consideração os mesmos padrões de cálculos adotados para a acumulação de Tupi, da Petrobras", informou a ANP em nota, referindo-se ao primeiro poço da região do pré-sal a ter sua reserva divulgada.
Tupi, o maior campo de petróleo descoberto no mundo nos últimos anos, tem reservas recuperáveis de entre 5 e 8 bilhões de barris.
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou que "parece se tratar de um dos poços de maior potencial já perfurado no país", o que aumentaria o otimismo do governo brasileiro em relação à região, segundo ele.
A perfuração está sendo feita a 195 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro, em lâmina d'água de 2.189 metros.
A ANP comprovou que o óleo encontrado no local é do tipo leve, cerca 30 graus API, de maior valor comercial por ser mais fácil de refinar.
O poço está a 41 quilômetros a nordeste do prospecto de Iara, onde foi descoberto petróleo leve de 28 graus API e reservas estimadas entre 3 e 4 bilhões de barris de óleo equivalente.
"A ANP está estudando a oportunidade de efetuar de imediato os testes de formação a fim de verificar a produtividade do poço 2-ANP-1-RJS", informou a autarquia no comunicado.
A ANP informou ainda que já começou a perfurar o segundo poço para a chamada cessão onerosa, o 2-ANP-2-RJS, localizado a 32 quilômetros a este-nordeste da primeira descoberta, no prospecto Libra, utilizando o equipamento NS-21 (Ocean Clipper).
Os volumes encontrados pela ANP poderão ser utilizados para cobrir a parte do governo na capitalização da Petrobras, operação prevista para julho e que nessa formatação ainda depende da aprovação do Congresso Nacional.
As reservas seriam concedidas pelo governo à Petrobras em troca das ações da empresa em uma operação indireta envolvendo títulos públicos, a chamada cessão onerosa.
A Petrobras necessita da operação de capitalização para levantar recursos suficientes para seu plano de exploração da região do pré-sal.