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ANP constata forte migração de etanol para gasolina

A expectativa é de que, nos meses de março e abril, o consumo de hidratado fique em cerca de 750 milhões de litros

As recentes altas no preço do etanol na bomba finalmente fizeram o consumidor optar pela gasolina, diz ANP (Manoel Marques/VEJA)

As recentes altas no preço do etanol na bomba finalmente fizeram o consumidor optar pela gasolina, diz ANP (Manoel Marques/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 18h00.

Brasília - O consumo de etanol hidratado deve cair 50% nos meses de março e abril ante a média registrada em dezembro de 2010, de 1,5 bilhão de litros. A afirmação foi feita pelo diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, depois de participar de reunião na Agência Nacional do Petróleo (ANP), realizada hoje no Rio de Janeiro.

No encontro, que reuniu representantes dos ministérios da Agricultura e das Minas e Energia, da ANP, de produtores, distribuidores e revendedores de etanol, também foi constatado que não foram encontrados sinais de descontinuidade no abastecimento de etanol pela ANP.

Segundo Pádua, na última semana está sendo registrada uma forte migração de etanol para gasolina. A expectativa é de que, nos meses de março e abril, o consumo de hidratado fique em cerca de 750 milhões de litros. "As recentes altas no preço do etanol na bomba finalmente fizeram o consumidor optar pela gasolina", disse Pádua.

Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), confirma que as distribuidoras elevaram suas compras de gasolina e reduziram as de hidratado para os próximos meses. "As distribuidoras estão preparadas e contratando volumes de combustível necessário para o período que se estenderá até a segunda quinzena de abril, quando é esperada a entrada no mercado do etanol da safra nova", disse ele.

Até lá, o governo deve continuar monitorando os estoques de hidratado e de anidro existentes no mercado. Vaz, do Sindicom, disse, contudo, que a expectativa é de que as distribuidoras precisem importar anidro para abastecer o mercado em um período de duas semanas em abril. "Com o crescimento da demanda da gasolina a partir de agora, as distribuidoras estão preocupadas com a oferta de anidro e devem importar o equivalente de anidro a duas semanas de consumo", disse. O anidro é misturado na gasolina na proporção de 25%. Segundo Vaz, uma decisão de importação deverá ser tomada até o final desta semana.

Já o executivo da Unica acredita que a oferta nacional de anidro é suficiente para atender à demanda no período. "A nossa maior preocupação é com o hidratado, mas a migração que já foi verificada pelo Sindicom do hidratado para a gasolina deve minimizar esta demanda. A oferta será apertada, contudo", disse. Pádua afirma que o pedido do governo para que o setor antecipe o início da safra 2011/12 foi repassado para as usinas do Centro-Sul, mas as chuvas e o fato de a seca de 2010 ter afetado o desenvolvimento da cana que seria colhida agora podem impedir que muitas unidades antecipem o início da moagem. "Existe uma mobilização para adiantar o início da safra o mais possível", disse.

Vaz, do Sindicom, informou que a ANP deve conversar com as distribuidoras de combustíveis individualmente para monitorar seus estoques e vendas. Uma nova reunião com representantes do governo, dos produtores, de distribuidoras e revendedores deve ocorrer em 15 dias.

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