Kofi Annan: o conflito já causou, segundo a ONU, mais de 11 mil mortos e fez com que 100 mil pessoas se refugiassem em países vizinhos (Sebastien Bozon/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2012 às 17h47.
Bagdá - O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, disse nesta terça-feira em Bagdá que tanto Irã como Iraque compartilham a opinião de que a prioridade na Síria é o início do diálogo entre as partes envolvidas no conflito.
Em uma breve entrevista depois de se reunir com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, o emissário internacional destacou que Bagdá apoia o plano de paz.
Annan afirmou que "todos, tanto Irã como Maliki", concordam que a violência deve acabar e que "a prioridade é que todas as partes possam dialogar sobre o futuro político da Síria".
O mediador internacional disse também que "a trágica situação na Síria, que afeta mulheres e crianças, deve terminar", e assegurou que "a continuação da violência levará a um endurecimento da postura dos países e a um prolongamento da crise".
Além disso, Annan adiantou que apresentará em breve um relatório ao Conselho de Segurança da ONU sobre o resultado de suas reuniões com o presidente sírio, Bashar al Assad, em Damasco, e com os responsáveis iranianos e iraquianos.
Em suas conversas em Teerã e Bagdá, Annan analisou o impacto que o conflito pode ter no futuro dos países vizinhos da Síria. Os governantes do Iraque propuseram anteriormente um roteiro no qual se solicitaria ao governo e à oposição síria um cessar-fogo imediato como passo prévio antes de negociações diretas realizadas pela Liga Árabe e a ONU.
A proposta iraquiana também encoraja Damasco a instaurar liberdades públicas, formar partidos políticos e fixar uma data para a realização de eleições gerais com a observação da ONU.
No Irã, Annan se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do país, Ali Akbar Salehi, que advertiu que uma decisão errada sobre o conflito na Síria pode causar "uma catástrofe" na região.
O conflito já causou, segundo a ONU, mais de 11 mil mortos e fez com que 100 mil pessoas se refugiassem em países vizinhos. Além disso, um milhão e meio de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente na Síria.