Mundo

Anistia pede libertação de russo preso por caçar pokémon

Ele foi condenado a 2 meses de prisão administrativa no último sábado após postar um vídeo no YouTube jogando dentro de uma das principais catedrais de Moscou


	Pokémon Go: o jovem foi detido por "impedir o exercício do direito à liberdade de consciência e religião e instigar ao ódio"
 (Getty Images)

Pokémon Go: o jovem foi detido por "impedir o exercício do direito à liberdade de consciência e religião e instigar ao ódio" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2016 às 16h32.

Moscou - Anistia Internacional (AI) pediu nesta segunda-feira a libertação de um jovem russo que foi preso por caçar pokémons em uma igreja e que poderia ser condenado com pena de até cinco anos de prisão.

"O absurdo caso do blogueiro russo preso por jogar Pokémon Go em uma igreja evidencia o que acontece quando as autoridades têm tão pouco respeito pela liberdade de expressão", afirma o organismo em comunicado.

Embora admita que o comportamento de Ruslan Sokolovsky possa ser considerado "desrespeitoso por alguns", a Anistia destaca que as autoridades "não deveriam encarcerar pessoas só por ferir os sentimentos religiosos".

Sokolovsky, de 21 anos, foi condenado a dois meses de prisão administrativa no último sábado após postar um vídeo no YouTube jogando dentro de uma das principais catedrais de Moscou.

O jovem foi detido por "impedir o exercício do direito à liberdade de consciência e religião e instigar ao ódio", com base em uma lei promulgada após o famoso caso protagonizado pela banda Pussy Riot, em 2012.

A nota da AI reconhece que Sokolovsky foi à igreja em 11 de agosto mesmo depois de a TV pública advertir em julho sobre a prática de caçar pokémons em templos religiosos ou perto da fronteira, sob a ameaça de condenação.

Segundo essa lei, o jovem, que utilizou um iPhone para gravar sua ação, poderia ser condenado a cinco anos de prisão, já que os investigadores disseram ter encontrado em sua casa provas de ataques à liberdade religiosa.

A Igreja Ortodoxa Russa apoiou a detenção, mas a vinculou não à caça dos monstrinhos, e sim às provocativas atividades de blogueiro, cuja prisão gerou a campanha "#FreeSokolovsky" nas redes sociais.

O chefe da comissão de Assuntos Religiosos da Duma (Câmara dos Deputados), Jaroslav Nilov, tachou a detenção de desnecessária e considerou que caçar pokémons em uma igreja não pode ser considerado blasfêmia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaONGsPokémon GoPrisõesRússia

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado