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Da Redação
Publicado em 19 de março de 2012 às 12h32.
Londres - A organização Anistia Internacional (AI) pediu nesta segunda-feira uma investigação sobre a morte de civis nos ataques da Otan na Líbia e denunciou que a Aliança Atlântica não fez contato com os familiares das vítimas.
Em um relatório intitulado 'Líbia: as vítimas esquecidas dos ataques aéreos da Otan', a organização humanitária afirma que vários civis líbios que não participaram dos enfrentamentos durante a guerra civil foram mortos ou feridos, a maioria em suas casas, pelos ataques da Otan.
Segundo a AI, a Aliança Atlântica ainda não terminou as investigações necessárias nem tentou estabelecer contato com os sobreviventes ou os familiares dos mortos.
A ONG pede uma profunda investigação e também uma indenização às vítimas e suas famílias.
'É profundamente decepcionante que mais de quatro meses depois do fim da campanha militar, as vítimas e os familiares dos mortos nos ataques aéreos da Otan ainda não saibam o que aconteceu e quem foi responsável', disse Donatella Rovera, assessora da área de Resposta a Crises da AI.
'Os representantes da Otan especificaram repetidamente seu compromisso de proteger os civis. Agora não podem deixar de lado as mortes de muitos civis com vagas declarações sem investigar adequadamente estes incidentes', acrescenta.
Segundo a AI, os investigadores devem estabelecer se as vítimas foram resultado de uma violação do direito internacional, um caso que levaria os responsáveis à Justiça.
A Anistia Internacional afirma ter documentado 55 casos de civis, incluindo 16 crianças e 14 mulheres, mortos em ataques aéreos em Trípoli, Zlitan, Mahir, Sirte e Brega.
Perante a ausência de uma resposta da Otan ao que aconteceu, as famílias das vítimas sentem que foram esquecidas e que não podem comparecer perante a Justiça, afirma a AI.
A Otan deve realizar uma investigação rápida, independente e imparcial sobre supostas violações do direito internacional.
A operação da Otan na Líbia, que começou em março de 2011, terminou em 31 de outubro do ano passado e seu objetivo era proteger a população civil líbia dos ataques do regime de Trípoli.