Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte: o país pode abrir mão do potencial da Amazônia? (Paulo Jares/VEJA)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2011 às 16h50.
São Paulo - A Anistia Internacional afirmou hoje em seu site na internet que o Brasil deve respeitar os direitos dos indígenas que vivem na região do Rio Xingu e suspender a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A diretora adjunta para as Américas da Anistia Internacional, Guadalupe Marengo, afirmou que continuar com a obra antes de proteger os direitos dos indígenas equivale a "sacrificar direitos humanos em prol do desenvolvimento".
"O Brasil deve acatar as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para suspender a construção da usina de Belo Monte até os direitos das comunidades indígenas locais estarem completamente garantidas", disse a diretora da Anistia, por meio do site da entidade.
Em abril, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos havia recomendado que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendesse a emissão da licença ambiental para a obra até que todas as comunidades locais fossem consultadas. O pedido leva em conta medidas preventivas de doenças que podem se espalhar entre os índios e até estudos de impacto da hidrelétrica sobre a língua dos povos que habitam a região. Mas ontem o órgão brasileiro concedeu a permissão de instalação para a hidrelétrica de Belo Monte.
"Ambientalistas, comunidades indígenas, promotores e defensores dos direitos humanos levantaram sérias preocupações nos últimos anos sobre o impacto potencial nos direitos humanos das comunidades indígenas que vivem na área", afirmou a Anistia Internacional.