Vista de Moscou: o governo disse que o grupo estava com o pagamento atrasado (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 2 de novembro de 2016 às 15h15.
Moscou - A Anistia Internacional, uma organização não governamental que acusa o Kremlin de violar os direitos humanos com sua campanha de bombardeios aéreos na Síria, foi expulsa de seu escritório em Moscou nesta quarta-feira.
O governo da cidade de Moscou, de quem a Anistia alugou o escritório no centro da capital russa, disse que o grupo estava com o pagamento atrasado, mas a Anistia garantiu ter documentos que provam que está em dia com o aluguel.
Funcionários do escritório de Moscou encontraram as fechaduras trocadas quando chegaram para trabalhar, além de uma fita de isolamento oficial sobre as portas e a eletricidade cortada.
Grupos de direitos humanos que recebem financiamento estrangeiro e que são críticos ao Kremlin têm sofrido pressão das autoridades russas nos últimos anos, e algumas delas tiveram que fechar as portas ou reduzir suas atividades na Rússia.
Em um comunicado enviado à Reuters, o departamento de propriedades da Prefeitura de Moscou disse que enviou alertas por escrito à Anistia avisando sobre o atraso no aluguel.
"Essa alerta foi ignorada pelo inquilino sem escrúpulos", disse o comunicado. O departamento disse que forçou a saída da Anistia com base em uma violação dos termos do acordo de locação por parte da organização.
John Dalhuisen, diretor da Anistia Internacional na Europa, disse em nota: "Esta alegação bizarra simplesmente não é verdade. A Anistia Internacional não recebeu nenhum aviso prévio sobre isso e temos documentos que comprovam que nosso aluguel da propriedade foi pago até e incluindo outubro".