Mundo

Anistia Internacional condena execução de 2 presos no Japão

Anistia Internacional condenou a execução no Japão de dois presos e criticou o Governo japonês pela elevada frequência de execuções no país


	Pena de morte: organização humanitária denunciou a diferença de tempo que passou no corredor da morte cada um dos presos executados hoje
 (Erik S. Lesser/AFP)

Pena de morte: organização humanitária denunciou a diferença de tempo que passou no corredor da morte cada um dos presos executados hoje (Erik S. Lesser/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 11h57.

Tóquio - A Anistia Internacional (AI) condenou a execução nesta quinta-feira no Japão de dois presos e criticou o Governo japonês pela elevada frequência de execuções no único país industrializado que junto com os Estados Unidos aplica a pena de morte.

"Este ritmo tão rápido de execuções bater de frente com os constantes pedidos da comunidade internacional para que seja feita a abolição da pena de morte no Japão", disse a AI em comunicado.

Até o momento, oito réus foram executados em quatro rodadas de cumprimento de pena capital desde dezembro do ano passado, quando o Partido Liberal-Democrata (PLD) chegou ao Governo.

Além disso, a organização humanitária denunciou a grande "diferença" de tempo que passou no corredor da morte cada um dos presos executados hoje, algo decidido pelo Ministério da Justiça.

Enquanto o preso Ryoji Kagayama, executado hoje em Osaka, passou um ano e meio no corredor da morte, Mitsuo Fujishima, enforcado em Tóquio, esteve 18 anos no corredor da morte.

A lei japonesa estabelece que os condenados sejam executados no maior dos segredos, sem testemunhas, sem aviso prévio aos réus e a opinião pública só recebe a notícia depois que foram mortos.

"Não se pode permitir que não se revele o processo pelo qual uma nação tira a vida de uma pessoa, já que se limita o direito à informação dos cidadãos", disse Hideki Wakabayashi porta-voz da Anistia no Japão.

A organização internacional considera que o Governo se apoia no amplo apoio do povo japonês a esta medida para justificá-la - 85% dos japoneses segundo as pesquisas -, mas acredita que a opinião dos cidadãos "mudará" quando souberem como se desenvolve o processo e como se decide a execução.

"A pena de morte viola o direito à vida e é um castigo cruel que afeta a dignidade dos seres humanos", manifestou a AI.

A organização também lembrou que o Japão é um país que ratificou o tratado internacional de Direitos Humanos e, por isso, tem a responsabilidade de desenvolver um sistema jurídico de acordo com ele.

Por isso, solicitou ao Governo do Japão que introduza uma "moratória" à pena de morte como um primeiro passo para a abolição e assim poder fomentar um debate dentro da sociedade japonesa.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaJapãoMortesPaíses ricosPena de morte

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique