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Anistia Internacional acusa UE de favorecer clandestinos

Quinhentos imigrantes, entre eles ao menos 100 crianças, desapareceram na semana passada no naufrágio de sua embarcação perto de Malta

Imigrante recebe atendimento médico no porto de Brindisi, sul da Itália (Dff/AFP)

Imigrante recebe atendimento médico no porto de Brindisi, sul da Itália (Dff/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 15h23.

Bruxelas - A política migratória da União Europeia, que se foca cada vez mais no controle das fronteiras, favorece o negócio dos traficantes de pessoas e coloca vidas em risco, denunciou a Anistia Internacional nesta quinta-feira.

"As barreiras que a Europa cria colocam vidas em risco", indicou à AFP Nicholas Beger, funcionário do gabinete da Anistia Internacional para as instituições europeias em Bruxelas.

Quinhentos imigrantes, entre eles ao menos 100 crianças, desapareceram na semana passada no naufrágio de sua embarcação perto de Malta, provocado, segundo alguns sobreviventes, pelos próprios traficantes.

Apenas dez pessoas sobreviveram à tragédia.

"Devem ocorrer investigações necessárias para deter e processar os responsáveis pelo naufrágio", indicou Beger.

"No entanto, limitar a resposta às forças de ordem não responde à complexidade do problema", acrescentou.

Em vez de reforçar as fronteiras, a UE e os 28 países membros devem "aumentar com urgência suas capacidades de busca e resgate" no mar.

Beger acrescentou que a UE deve abrir "rotas legais para os refugiados", assim como trabalhar com terceiros países para criar um "espaço onde os imigrantes e os refugiados se sintam seguros e protegidos".

Diante do aumento dos fluxos migratórios clandestinos neste ano, Itália e Grécia exigem maiores fundos europeus, tanto para as operações de busca e resgate no Mediterrâneo quanto para os centros de detenção.

A Itália conseguiu em agosto que a UE lançasse a "Frontex Plus", uma operação de controle das fronteiras dirigida por Bruxelas em coordenação com os Estados membros.

A Frontex Plus substituirá a operação de resgate lançada pela Itália "Mare Nostrum", muito cara para Roma, mas que permitiu salvar milhares de vidas nos últimos meses.

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