Combatente curdo na fronteira de Kobane: esse "governo" se instalou quando o Exército sírio se retirou dessa parte do país com maioria curda em 2012, ano seguinte ao início do conflito sírio (AHMED DEEB/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2015 às 09h28.
Os deslocamentos forçados da população e a destruição de casas realizados pelas forças curdas no norte e nordeste da Síria são "crimes de guerra" - denuncia a Anistia Internacional nesta terça-feira.
Segundo a ONG, uma missão enviada a 14 cidades e povoados deste setor da Síria "descobriu uma onda de deslocamentos forçados e de destruição de casas que constitui crimes de guerra, cometidos pela administração autônoma" curda síria.
Esse "governo" se instalou quando o Exército sírio se retirou dessa parte do país com maioria curda em 2012, ano seguinte ao início do conflito sírio.
As forças curdas e sírias de segurança lutam atualmente contra o Estado Islâmico (EI).
Segundo a Anistia, as destruições observadas não são consequência dos combates contra os jihadistas, mas de uma "campanha deliberada e coordenada de castigo coletivo dos habitantes de povoados controlados antes pelo EI, ou suspeitos de abrigar seguidores do EI".
Imagens de satélite examinadas por essa organização de defesa dos direitos humanos baseada em Londres mostram que o povoado de Huseiniya (nordeste) foi destruído em 94% entre junho de 2014 e junho de 2015.
Combatentes curdos sírios "nos tiraram das nossas casas e começaram a queimá-las, trouxeram escavadeiras, destruíram as casas uma depois da outra até acabar com todo o povoado", relatou um morador de Huseiniya, citado pela Anistia.