Luanda: surto de febre amarela na Angola começou na capital, Luanda (Silje L. Bakke/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 09h44.
Última atualização em 23 de dezembro de 2016 às 09h44.
Luanda - Angola declarou o fim da pior epidemia de febre amarela do mundo em uma geração nesta sexta-feira, depois de uma campanha de vacinação de 25 milhões de pessoas apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) graças à qual não surgiu nenhum caso novo em seis meses.
O surto teve início um ano atrás em uma favela da capital, Luanda, e se espalhou por toda Angola, país do sudeste africano assolado por guerras, e para a vizinha República Democrática do Congo. No total, mais de 400 pessoas morreram.
Mais de 15 milhões de angolanos e 10 milhões de congoleses foram vacinados durante a campanha coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em um comunicado intitulado "O fim da epidemia de febre amarela em Angola", o Ministério da Saúde em Luanda disse que a campanha de vacinação deteve o avanço da doença.
Em setembro, a OMS disse que o surto estava sob controle, mas que era cedo demais para dizer que havia sido completamente erradicado, já que havia mais de 6 mil casos suspeitos da doença transmitida por mosquitos.
As campanhas de vacinação esgotaram o estoque global de 6 milhões de doses duas vezes este ano, obrigando os médicos a administrar um quinto de uma dose normal, tática que a OMS diz proporcionar ao menos uma proteção temporária.
O risco de ocorrência de surtos globais aumentou nos últimos anos devido à urbanização e à mobilidade crescente da população, e foi particularmente agudo neste ano por causa do evento climático El Niño, que multiplicou a quantidade de mosquitos.
A febre amarela é transmitida pelos mesmos mosquitos que propagam os vírus do Zika e da dengue.