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AngloGold e Neste Oil ganham 'prêmio' por comprometer natureza

AngloGold foi responsável por contaminações em Gana, e Neste Oil, por devastação de selvas na Indonésia e na Malásia

Cachoeira em Gana: extração de ouro da AngloGold levou a contaminação da água e solo (Stig Nygaard/Wikimedia Commons)

Cachoeira em Gana: extração de ouro da AngloGold levou a contaminação da água e solo (Stig Nygaard/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2011 às 10h28.

Davos, Suíça - A empresa mineradora sul-africana AngloGold Ashanti e a produtora de biocombustíveis finlandesa Neste Oil foram agraciadas nesta sexta-feira com o prêmio Public Eye (Olho Público, em tradução livre), que condecora as companhias que demonstraram o pior comportamento social e ambiental a cada ano.

Os prêmios são concedidos de forma conjunta pelo Greenpeace e a ONG Declaração de Berna a duas empresas que fazem parte do Fórum Econômico Mundial, e são entregues na mesma semana que os executivos das maiores companhias do mundo se reúnem na estação alpina de Davos.

O prêmio especial do júri deste ano foi recebido pela AngloGold Ashanti por sua responsabilidade na contaminação das terras e dos rios durante o processo de extração de ouro em Gana.

Owusu Koranteng, diretor-executivo da associação de vítimas do envenenamento em Gana, denunciou durante a entrega de prêmios que a AngloGold Ashanti não fez nada para evitar os recorrentes vazamentos de substâncias tóxicas, que contaminaram as fontes de água potável de vastas regiões.

Além disso, Koranteng relatou que várias pessoas foram vítimas de tortura por agentes de segurança da companhia mineradora.

Já a Neste Oil conseguiu o prêmio do público ao obter 17.385 votos de um total de 50 mil.

A produtora de biocombustíveis vende em toda Europa um "diesel verde" produzido à base de óleo de palma que traz graves consequências para as selvas da Indonésia e da Malásia, que estão sendo devastadas, algo que põe em perigo alguns dos poucos santuários de orangotangos do mundo.

Por outro lado, o Greenpeace e a Declaração de Berna cumprimentaram o trabalho do representante especial da ONU para os direitos humanos e as multinacionais, John Ruggie, que vela para que as companhias respeitem as leis humanitárias internacionais.

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