Angelina Jolie: "temos que formar uma causa comum com gente de distintas fés e origens que luta contra a mesma ameaça e procura a mesma segurança" (Muhammad Hamed/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 09h20.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2017 às 17h31.
Los Angeles (EUA) - A atriz Angelina Jolie criticou nesta quinta-feira as políticas migratórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ressaltar que essas decisões deveriam ser tomadas "com base em fatos e não em resposta ao medo".
Em artigo de opinião publicado no site do jornal "The New York Times", a atriz se referiu à polêmica ordem executiva que Trump assinou na semana passada para lutar contra o terrorismo jihadista.
O decreto suspende a entrada ao país de todos os refugiados durante 120 dias, assim como a concessão durante 90 dias de vistos a sete países de maioria muçulmana - Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iraque, Iêmen e Irã - até que se estabeleçam novos mecanismos de vigilância mais estritos.
"A crise global de refugiados e a ameaça do terrorismo fazem com que seja completamente justificável que consideremos como proteger nossas fronteiras da melhor maneira", reconheceu a atriz.
"Cada governo deve equilibrar as necessidades de suas cidades com suas responsabilidades internacionais. Mas nossa resposta deve ser medida com base em fatos e não em resposta ao medo", acrescentou.
"Simplesmente não é certo que nossas fronteiras sejam ultrapassadas ou que os refugiados sejam admitidos nos Estados Unidos sem um estreito escrutínio", comentou.
Além disso, declarou, "se criarmos um grupo de refugiados de segunda classe, alegando que os muçulmanos merecem um menor grau de proteção, avivamos o extremismo estrangeiro enquanto em casa solapamos o ideal de diversidade desejado por democratas e republicanos".
Para reforçar sua mensagem, Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), parafraseou Ronald Reagan: "Os EUA estão comprometidos com o mundo porque grande parte do mundo está dentro dos EUA".
"Portanto devemos analisar as causas da ameaça terrorista, os conflitos que dão espaço e oxigênio a grupos como o Estado Islâmico, e a desesperança e rebeldia das quais se nutrem. Temos que formar uma causa comum com gente de distintas fés e origens que luta contra a mesma ameaça e procura a mesma segurança", completou.
"Desta maneira", concluiu a atriz, "é como esperaria que qualquer presidente de nossa grande nação exercesse como líder por trás de todos os americanos".