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Anfavea: reduzir IPI não torna carro elétrico viável

Presidente da entidade diz que ainda não há escala industrial que torne o preço dos modelos competitivo

Volt, o carro elétrico da GM: para Belini, Brasil não consegue produzir em escala suficiente para baixar preço (.)

Volt, o carro elétrico da GM: para Belini, Brasil não consegue produzir em escala suficiente para baixar preço (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Para incentivar a produção do carro elétrico no Brasil, o governo estuda a possibilidade de reduzir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o produto de 25% para 7%. Na opinião do presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, tal medida não será suficiente para tornar estes modelos economicamente viáveis no país, pelo menos por enquanto.

"As baterias que o carro elétrico usa, por exemplo, têm um custo elevado. Além disso, nossa demanda por energia elétrica aumentaria e teríamos que, eventualmente, acionar usinas termoelétricas, encarecendo a produção. Além disso, não somos capazes de fabricar estes carros em uma escala que torne seu preço competitivo", lembra Belini, que é também presidente da Fiat na América Latina.

Na opinião do executivo, a questão do custo não envolve apenas um alívio no imposto, mas todo um contexto de políticas industrial e ambiental. O Brasil, nas últimas décadas, investiu em pesquisa e desenvolvimento e se consolidou como um dos líderes mundiais na produção de etanol, uma energia que, atualmente, Belini considera mais barata e limpa.

"Nós batalhamos muito pelo etanol. Não adianta agora trocar esta energia pela elétrica e, em contrapartida, ter que usar as usinas térmicas, que são mais caras e causam grandes impactos no meio ambiente", observa.

O presidente da Anfavea reconhece que, caso o Brasil decida investir no carro elétrico, haverá nichos de mercado que, embora pequenos, criarão uma demanda. Entretanto, Belini afirma que não é o momento.

"Não existe um modelo de carro já maduro. As baterias são muito pesadas, a autonomia é baixa, de 120 a 150 quilômetros, e a recarga ainda é muito lenta, dura cerca de oito horas. Ainda há muita coisa que precisa ser aprimorada na tecnologia. No futuro, isto será uma realidade, mas não creio que seja viável agora", conclui.

Leia mais: Governo estuda reduzir IPI para carro elétrico

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