Usina de Santo Antonio: consórcio ameaça suspender novos investimentos, no valor de R$ 1,5 bilhão (Santo Antonio/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2013 às 20h17.
Brasília - O governo não pretende rever sua decisão de só autorizar a ampliação de Santo Antônio se a usina ceder parte da energia para a usina de Jirau, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Despacho do diretor-geral do órgão, Romeu Rufino, firmando a decisão foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 17.
O consórcio que administra a usina de Santo Antônio ameaça suspender novos investimentos, no valor de R$ 1,5 bilhão, que seriam destinados a aumentar a geração de energia elétrica a partir da elevação do espelho d'água do reservatório (cota) de 70,5 metros para 71,3 metros. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico desta quinta.
A empresa discordou da decisão da Aneel, que autorizou a mudança desde que Santo Antônio ceda parte da energia adicional gerada para a usina de Jirau. Em ofício enviado ao Ministério de Minas e Energia, com cópia para a Aneel, o consórcio afirmou que a decisão compromete a viabilidade econômica do investimento e cobrou medidas compensatórias.
A perspectiva de menos investimento e menos energia, porém, não deverá levar a Aneel a rever sua posição. O Ministério de Minas e Energia confirmou ter recebido o ofício e disse que aguarda um relatório da Aneel para se posicionar. Procurado, o consórcio Santo Antônio Energia informou que não se manifestará sobre o assunto no momento.
A decisão da Aneel é fruto de uma polêmica que se arrastou por anos entre os dois consórcios. A controvérsia começou quando a usina de Jirau solicitou autorização para aumentar sua cota e foi atendida. Santo Antônio, então, solicitou o mesmo tratamento. A extensão, porém, não foi uma decisão simples porque ambas estão no mesmo rio, o Madeira, e a elevação da cota de Santo Antônio prejudicaria Jirau, que está rio abaixo.
A agência buscou, então, um meio-termo. A cota de Santo Antônio poderia ser elevada, desde que parte da energia fosse cedida à Jirau como compensação. O novo investimento ampliaria a geração em 207 megawatts (MW) médios, dos quais 24,3 MW médios deveriam ser entregues ao consórcio que administra Jirau. (Colaborou Anne Warth)